segunda-feira, 26 de outubro de 2015

O antes e depois da sala

O apê já tinha móveis, mas eles eram pequenos e desconfortáveis. Então decidimos comprar outros, do jeito que a gente queria.

(O que reafirmou a sabedoria de ter vendido tudo antes de viajar. Sabe os móveis que a gente tinha? Eles simplesmente não caberiam neste apartamento.)

Como agora somos donos-de-casa experientes (e passamos por muitas casas nos últimos tempos), acho que fizemos boas escolhas. O sofá, por exemplo: não quisemos nem clarinho (que suja), nem escuro (que desbota). Fechamos no cinza médio. O tecido? Suede está na moda e é uma delícia, mas também é quente - e eu traumatizei depois de derrubar torta de limão no sofá novinho do apartamento que alugamos em Paris (passei dias esfregando vodka na camurça). Então fomos de linhão.

Mesa: já tive tampo de vidro e não quero ter nunca mais. É lindo, moderno e visualmente leve, maaas suja só de olhar (ok, só de tocar). Quisemos uma mesa de madeira. E as cadeiras pretas, revestidas de um tal de couríssimo, são moleza de limpar (e são da mesma cor da mesa, mas a textura é diferente, o que eu acho bacana).

O Leo teve a ótima ideia de comprar um buffet em vez de um rack. Ele esconde os fios da tevê, do telefone e da internet, tem lugar para guardar umas taças e travessas e, mais importante, não tem partes abertas para a poeira vermelha de Brasília se instalar.

Mas melhor que falar é mostrar, né?



O interessante é que os móveis que temos agora são, bem, mais modernos e confortáveis do que os que a gente tinha - aqueles que compramos quando nos casamos e vendemos em 2012. Eles eram bonitos mas, como foram adquiridos lááá em 2004, hoje estariam um pouco desatualizados.

O que não quer dizer que eu incentive as pessoas a saírem por aí trocando os móveis. É só pra falar que, às vezes, quando a gente abre mão de alguma coisa, pode ser que surja algo ainda melhor no futuro.

* * *

Todos os móveis da sala foram comprados pela metade do preço no OLX. Deu um trabalhinho, mas eu curti. Gostei de visitar blogs de decoração (principalmente os de gente-como-a-gente, os de faça-você-mesmo e os morando-em-lugares-pequenos), pensar nas cores e pedir dicas para a amiga arquiteta. E fiquei muito feliz toda vez que uma coisa nova chegava. Isto é, foram semanas de alegria.

domingo, 18 de outubro de 2015

A mudança chegou OU o fim do minimalismo?


- O enxoval -


Lembram do enxoval-cápsula, que ficou guardado na casa dos meus pais enquanto a gente dava uns pinotes por aí? Pois é, na terça-feira ele chegou aqui em Brasília. Por sorte, exatamente nesse dia o marceneiro tinha vindo instalar os armários que faltavam (não que eles tenha ajudado muito: são branquinhos, lindinhos e bem-feitinhos mas, como os adjetivos que estou usando indicam, pequenininhos).

Foram 15 caixas pequenas. Dentro delas, um monte de roupas, meu arquivo morto (convites de formatura, revistas com matérias que escrevi, uma pilha de comprovantes e certificados), roupa de cama, mesa e banho, pratos e copos e utensílios de cozinha.

- O minimalismo - 


Resultado: não me sinto mais uma pessoa minimalista. O armário do quarto está cheio de roupa e sapato (eu e o Leo dividimos o espaço, mas as minhas coisas ocupam mais gavetas e mais cabides). No buffet tem taças de cristal e uma bandeja de prata. E no banheiro tem três tipos de xampu (ok, um é do Leo).

- A referência - 


Só que talvez eu esteja usando as referências erradas. Talvez a comparação ideal não seja com o período do sabático (quando tudo o que eu tinha estava dentro de uma mala), mas com a minha vida pré-viagem, época na qual de fato eu possuía muito mais de tudo - e muita coisa que não usava.

- Simplicidade - 


Olhando por esse ângulo, hoje é tudo mais simples. Não temos xícaras, porque não usamos xícaras, nem pratos fundos, pela mesma razão. Cadeiras? Quatro em vez das seis de praxe. Dois quartos em vez de quatro, um banheiro em vez de três, ônibus e táxi em vez de carro.

E, puxa, é bom. Não sei se é bom pra todo mundo, mas funciona pra nós.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

A experiência de comprar de segunda mão

Quando nos desfizemos do que tínhamos para viajar, vendemos e doamos tudo. Agora estou do outro lado da experiência: comprando e ganhando objetos do lar. (Por ganhando, entenda-se que eu e o Leo aproveitamos as datas festivas para pedir de presente panos de prato e chaleira elétrica. E, se alguém está se livrando de uma panela, a gente aceita com alegria.)

A parte de comprar é um pouco mais complicada. Eu contava em frequentar um monte de vendas de garagem, todas elas oferecendo coisas tão bonitas quanto as que eu vendi, mas a falta de carro atrapalhou um pouco esse plano. A ideia era pegar táxi quando fosse necessário, mas o escorpião no bolso se agita todo com a perspectiva de ir parar lá no fim da outra asa e não encontrar nada interessante.

Então fico de olho nos sites. Comecei com o Mercado Livre, sem muito resultado; aí uma tia que tinha acabado de se mudar comentou que a nora tinha vendido o que eles não queriam mais no OLX e pronto, descobri a mina de ouro.

A seção de móveis da OLX de Brasília é bem interessante. Tem bastante opção, de todos os valores. Desde conjuntos de jantar de milhares de reais a objetos bem baratinhos. Aqui sempre tem gente chegando - para trabalhar, estudar, assumir postos diplomáticos ou comissionados - e partindo - quando o curso acaba e o emprego idem.

Pela minha experiência, se dar bem nesse mercado não é difícil. São são necessárias duas coisas: paciência e um plano.

A paciência é porque a oferta de bens é limitada. Não é todo dia que a gente encontra o que quer comprar. E às vezes a gente encontra, mas alguém passa na frente, faz uma oferta antes e leva embora. Aconteceu comigo e eu fiquei bem frustrada (e era só cabides de portas, rs).

O plano é porque, sem ter uma ideia boa do que se quer, é fácil sair comprando objetos atraentes e aleatórios e e entulhar a casa. É verdade que é necessário ter um pouco de flexibilidade: ficar esperando a peça X da marca Y é meio arriscado. Mas dá pra, digamos, escolher o tamanho, duas ou três cores e ver o que aparece.

Como alugamos um apartamento mobiliado, deu pra esperar com calma e até negociar. Até agora, compramos uma mesa e quatro cadeiras, praticamente novas, por metade do preço; um sofá do jeitinho que eu queria, encomendado na fábrica pela primeira dona, com menos de um ano e por um valor ótimo; e um pufe baú em capitonê bem em conta e que o dono ainda entregou a domicílio. Ah, e um buffet que serve de rack (fica encostado na parede da tevê, que é grudada na parede e, como é um móvel alto e largo, esconde todos os fios. Muita felicidade) também pela metade do preço da loja.

Pufe baú preto (à esquerda), buffet e um pedacinho do sofá cinza (o outro pufe já estava no apartamento). 

É verdade que o OLX tem lá seus inconvenientes: às vezes você manda e-mail e o vendedor não responde. Quando responde, aí tem de negociar um horário para ir ver o bem (embora eu só vá quando o valor é mais alto. Senão, confio nas fotos). E, depois que o negócio é fechado, vem a parte do frete.

O frete é praticamente uma segunda compra: você descobre alguém que faz, de preferência indicado por alguém (obrigada, Ilka!). Aí você conta o que quer buscar, a distância entre os endereços e o número de andares (porque não é sempre que os prédios têm elevador). O fretista te dá um preço, você pede para ele baixar um pouquinho, e por aí vamos.

Estou achando a experiência bem interessante. Ok, confesso: desconfio que estou ficando viciada no OLX, porque dou uma olhadinha todo dia pra ver se surgiu algo legal. O Leo até brinca que vou ficar triste quando terminar de arrumar a casa.