Sim, eu tenho certeza de que, quando eu morar em determinada cidade/país, serei completamente feliz.
Essa certeza é fundada na razão? De jeito nenhum. Isso faz que eu a abandone? Também não.
O grande problema é que, se fosse verdade, todos os habitantes de determinada cidade/país seriam perfeitamente felizes - e a gente sabe muito bem que não são.
Fico pensando que o fato de ter nascido e morar em determinada cidade/país nos faz achar tudo muito normal e ver muito mais os defeitos do que as qualidades. Eu, por exemplo, ando bem desiludida com o Brasil. Por outro lado, há um sem número de estrangeiros que sonham em se mudar para lá. Um amigo europeu da minha irmã já perguntou o que ela foi fazer na Alemanha, uma vez que aquela terra é cheia de regras e que o Brasil é muito mais legal. Além disso, muitos colegas moraram ou moram em lugares/países considerados espetaculares e nem por isso estão realizados como pessoas.
Depois de muito quebrar a cabeça com esse dilema (e partindo do pressuposto que estou certa e que morar em determinada cidade/país me fará completamente feliz), concluí que tudo depende do que se espera de determinada cidade/país.
Quem quer família e um grande círculo de amigos próximo e for para muito longe vai ter dificuldades, sim. E quem se muda para outra cultura talvez leve muito tempo para se sentir à vontade. Fora isso, quanto mais a pessoa se conhecer, mais terá de chance de acertar: não adianta adorar carnaval e calor e se mudar para os países nórdicos.
Já minhas ambições são razoavelmente modestas: quero morar em uma cidade segura e bonita, com uma boa rede de transporte público. Se for histórica, melhor ainda. Estou acostumada com a família longe e com os amigos espalhados. Tendo Leo e Kindle (e umas bibliotecas públicas não caem mal), estou satisfeita.
(Ah, e já ia esquecendo: temperatura agradável para caminhar. Pode ser frio, porque diante do frio a gente consegue se agasalhar, mas do calor só nos resta sofrer.)
Manila é bem legal, mas as altas temperaturas e a umidade dificultam os passeios ao ar livre. E tem a pandemia, né? Nem é justo avaliar uma cidade nessas condições.
E por que estou pensando sobre o assunto? Porque o próximo posto (no fim de 2021? No meio de 2022? Ninguém sabe ainda) será, esperamos, uma cidade europeia, em um mundo pós-pandemia. Aí sim, serei perfeitamente feliz.