sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Amor eterno, amor verdadeiro

Lud ama livros.

Lud ama Kindle.

Lud se muda para uma cidade onde os livros de papel estão por todos os lados, inclusive nas ruas e no trabalho. 

Lud tem pego livros de papel, nas ruas e no trabalho, e tem lido desajeitadamente (ainda sabe virar as folhas, mas acha incômodo quando está lendo na cama e cai no sono e o livro, por sua vez, cai em sua cara). 

Lud devolve livros de papel, nas ruas e no trabalho, depois de ler ou quando começa a ler e não gosta. 

Lud deixa de devolver um livro de papel que pegou na rua e nota que, na rua (isto é, na estante-biblioteca que fica na esquina), os livros se multiplicam cada vez mais. 

Lud se lembra que, na Suíça, é caro jogar lixo fora.

Lud se dá conta de que, se levar um ou dois ou três livros para casa e ficar com eles, a população de Zurique não vai reclamar. Ao contrário, a população de Zurique vai ficar contente porque os livros foram tirados das ruas. 

Lud está pronta para tirar das ruas muitos livros de papel. 

Lud espera (im)pacientemente sua vez. 

domingo, 6 de fevereiro de 2022

A primeira semana

Está tudo indo muitíssimo bem. 

Fomos várias vezes a vários supermercados e enchemos a casa de comidinhas gostosas. Nessa brincadeira tem até salada (pronta e limpa, uma maravilha) e pelo menos 2 quilos de chocolate. 

Passeamos muito pela cidade. Subimos suas duas montanhinhas (Zürichberg e Uetliberg). Investigamos todos os bairros próximos ao trabalho. E alguns não tão próximos, mas fáceis de alcançar de tram.  

Almoçamos em dois restaurantes, porque os colegas/amigos em potencial chamaram, e nos horrorizamos com os preços. Resolvemos que comer fora não vai ser nossa rotina. 

Já que as temperaturas, conforme esperado, estão baixas (- 2 a 7º C), estamos muito contentes com nossos casacos e sapatos de inverno, que estão dando conta de tudo, inclusive de caminhos com barro e/ou neve nas montanhas. 

Começamos a visitar apartamentos e vamos ver mais três esta semana. Estamos otimistas de que vamos encontrar algo simpático e bem-localizado. Confirmamos que a maioria absoluta  vem sem armário embutido nem lâmpadas no teto (lustre, nem se fala). Por outro lado, eles têm cozinha montada e lavadora/secadora, o que é excelente. 

Como tomamos duas doses de vacina mais booster nas Filipinas, estamos achando bom que as restrições, aqui, sejam muito menores. Ninguém nunca ouviu falar em face shield, máscara é só para lugares fechados, e quem não tem passaporte vacinação (será o nosso caso, porque a Coronavac não é aplicada na Suíça) pode entrar em supermercados e usar o transporte público. Verdade que, antes de sair de Manila, conseguimos tirar esse passaporte pela internet, mas ele só dura 30 dias. A partir de semana que vem, ou tiramos de novo (e pagamos de novo 30 francos suíços por cabeça, ui) ou vamos atrás de descobrir se rola de tomar vacinas locais (o que faremos com prazer). 

Para completar tanta alegria, na esquina aqui da casa provisória tem uma estante-biblioteca: as pessoas doam livros e pegam livros (e devolvem, ou não). São cinco prateleiras pequenas e tem sempre movimento: gente trazendo volumes para doar, gente devolvendo o que já leu, gente escolhendo o que vai levar... E até bom que muitos livros não voltem, porque senão simplesmente não caberia! Eu já peguei um de ficção, que devolvi depois de ler, e encontrei um Corso di Italiano A1 justamente no dia em que eu estava concluindo que seria muito mais fácil aprender italiano do que alemão. É um sinal!  

Estou gostando cada vez mais de Zurique. É segura, limpa, tranquila, com acesso a muito verde e a muita água. Se não tem aquele charme evidente de Paris ou Barcelona, está parecendo muito boa para morar (nem sou só eu que estou dizendo, são as pesquisas de qualidade de vida também). Eu e o Leo somos fáceis de agradar (a gente era feliz em Coronel Fabriciano, no interior de Minas), é verdade, mas Zurique? Nosso número. 

Pessoas felizes descendo a Uetliberg