sexta-feira, 27 de setembro de 2019

2 meses

Esta semana fez 2 meses que chegamos a Manila. É até difícil acreditar, de tão rápido que passou.

Tive uma recaída na ansiedade, mas persisti com remedinho + tentativas toscas de meditar e estou melhor de novo. Estou achando que, graficamente, a adaptação é uma linha que vai subindo, mas não linearmente. Tem  altos e baixos enquanto não chega o platô (que aguardo ardentemente).

Tem muita coisa acontecendo, mas está difícil escrever. Estou me sentindo meio fora do ar, sabe? A mudança deu uma grande sacudida na minha vida. Não sei mais direito quem eu sou. É uma sensação bastante bizarra. O jeito é ter calma e paciência e esperar as peças irem se encaixando - até porque não vejo alternativa. Prefiro não surtar.

Na segunda-feira nos mudaremos para o apartamento definitivo. Foi divertido morar em hotéis, mas ter uma base permanente vai ser muito bom: vou conseguir estabelecer uma rotina e tomar decisões de longo (ou pelo menos médio) prazo. No momento, mal consigo visualizar a semana seguinte. 

Outra notícia boa é que o navio com a mudança atracou. Agora é aguardar os trâmites burocráticos, que podem demorar até três semanas. Ficamos felizes de termos alugado um apartamento mobiliado, porque vamos habitá-lo com razoável conforto até nossos objetos chegarem.

A mudança é pequena, mas vou ficar feliz de reencontrar remanescentes da minha vida passada. Quem sabe eu reencontre a mim mesma?

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Desculpem a sumida, estava ocupada ali sofrendo

.. mas acho que estamos de volta à programação normal.

Estamos gostando muito da região onde estamos morando, Makati. É bem bonita, moderna e segura. Primeiro ficamos um mês em um aparthotel ótimo: o Fraser, que fechou. Aí arrumamos um apê bacaninha, também perto do trabalho, mas precisamos sair dele na segunda-feira, porque o dono volta (o bobo). Vamos terminar com duas semanas em outro aparthotel, e finalmente nos mudar para o apartamento definitivo. Ufa!

Entre a primeira e a segunda estadia, deixamos metade da bagagem na casa de um colega prestativo (e que está de férias). Sim, porque a pessoa supostamente minimalista que vos fala arrastou quatro malas de Brasília até Manila, passando por Montreal. Sim, são dois meses esperando a mudança chegar, e tem roupa do Leo na jogada, mas acho que errei a mão. Na próxima remoção quero levar 50% disso, se tanto.

Makati é cheio de restaurantes gostosinhos, que estamos explorando alegremente. É o que tem pra fazer - isso e ir aos muitos shoppings, que são arrumados e têm ar-condicionado, então vale para esticar as pernas. Continuamos não sendo muito amigos das compras, embora nossa impressão é de que aqui a oferta de produtos é maior do que no Brasil - e os preços são iguais ou menores.

No trabalho as coisas vão se ajeitando. Vou fazendo e aprendendo, e não me importo de ficar depois do expediente para colocar o trabalho em dia. Acho que no começo é assim mesmo - depois vou ficar mais ágil e vai ser tudo mais fácil.

Enquanto isso, vou passando por experiências novas, como um terremoto (5,5 no epicentro, a 150 km daqui. O prédio tremeu, as cortinas balançaram, e ficou nisso), churrasco coreano, sopa de cebola, restaurante japonês, barra de chocolate de M&M, sorvete de caramelo, pizza com molho doce.

Tô curtindo.

sábado, 7 de setembro de 2019

And... exhale

As últimas semanas foram MUITO difíceis.

A mudança de país e de trabalho geraram muita ansiedade. Dias e dias com um nó no estômago e uma sensação de aflição generalizada. Foi ruim, viu.

Não demorei para parar no médico e pedir uma medicação para controlar tanta ansiedade. A questão é que o remedinho não faz efeito imediato. No meu caso, foi um mês para começar a me sentir melhor.

Não estou ainda 100%, mas já estou aliviada (e mais adaptada). É como se eu estivesse sufocada esse tempo todo e agora consigo, finalmente, respirar.

Nos primeiros dias, se tivessem me oferecido voltar para o Brasil, eu provavelmente aceitaria. Depois, o sentimento virou "vou ficar, custe o que custar. Uma hora vai melhorar". Aquela combinação perfeita: choro, ranger de dentes (literalmente: estava tão tensa que os dentes doíam) e teimosia.

E olha, melhorou.

* * *

Como sempre, toda vez que eu passo por um período difícil, aprendo a ser um pouco mais humilde (ou menos metida). Eu não entendia os colegas que não se adaptavam ao - ou não gostavam do - exterior. 

Agora eu entendo, perfeitamente.