domingo, 31 de dezembro de 2023

Novembro, dezembro

O fim de ano passou voando. Teve neve no fim de novembro (deixou Zurique toda branquinha, durou três dias e se foi sem deixar traços). Teve sol e frio em Porto (dias maravilhosos de céu azul e muita comida boa). Teve amigos no Natal (dois casais que vieram de Luxemburgo e Berlim. E muita comida boa). 

2023 foi aquele ano em que já estávamos instalados no país novo, e por enquanto o plano é ficar por aqui, mas é claro que a gente acompanha as idas e vindas dos amigos da carreira e cresce o olho no próximo destino. Não dá para saber com certeza onde estarão as vagas quando terminar nosso tempo na Suíça, pois as pessoas podem ficar entre 2 e 5 anos em cada cidade, e elas mudam quando lhes dá na telha. Você imaginaria que quem está em posto A vai ficar o máximo do tempo, e que quem está em posto C ou D vai sair correndo assim que cumprir o mínimo, mas não é bem assim. O ser humano é infinitamente misterioso e toma decisões que quem está de fora não entende - e, às vezes, nem ele mesmo que está de dentro entende. 

* * * 

Ia esquecendo de contar minhas aventuras médicas na Suíça: meu dedo indicador ficou vermelho e inchado na articulação do meio durante duas semanas, então decidi ir ao médico. Uma clínica geral olhou meu dedo, não perguntou nada sobre alergias e pediu vários exames de sangue e uma ressonância magnética. Os exames de sangue eu fiz, e eles vieram zerados (nenhuma doença auto-imune, que bom). A ressonância magnética ia demorar uma hora, incluía contraste e ia custar 1.450 francos suíços (uns 1.700 dólares). O seguro médico cobre 80%, mas achei tudo demais e me recusei a fazer. 

Nos dias seguintes o dedo milagrosamente melhorou. Acho que foi o susto. 

Nevembro