terça-feira, 14 de julho de 2015

Montar casa, capítulo 1: o que a gente precisa e o excesso de opção

Enquanto o tempo passa e o Leo estuda, eu faço pesquisas na internet e preencho bonitas planilhas com dados e preços. Como a gente vendeu tudo antes de viajar, agora vamos precisar mobiliar a casa de novo. Sim, eu pensei nisso quando tomamos a decisão de nos livrarmos de nossos objetos. E não achei ruim - embora o principal fator do desfazimento tenha sido não me sentir psicologicamente agarrada ao Brasil por uns móveis e uns eletrodomésticos. No fim das contas a gente voltou, mas não por causa deles.

Mas como eu dizia, não achei ruim dar fim a tudo. Com o dinheiro que apuramos com as vendas, vai dar para montar casa de novo (espero). A diferença é que vamos adquirir muito menos objetos dessa vez. Já sabemos que não vamos precisar de aparadores, home theater, escritório, estantes, futon, cômoda. Até a cama de hóspedes eu vou deixar para comprar quando alguém se candidatar a me visitar -  porque já tive suítes montadíssimas para as visitas e elas quase nunca apareciam.

Fiz uma lista do que eu acho que vamos precisar e usar, me baseando na experiência dos dois apartamentos em que moramos no Brasil e todos os lugares pelos que passamos nos últimos dois anos. É uma lista muito pessoal, baseada na nossa vida, no nosso gosto e no nosso amor pelos espaços de circulação:

- cama + criados-mudos simples (nada de gavetas para encher de bagulhinhos. Ok, talvez uma)
- mesa + 4 cadeiras (tem mais gente? Senta no sofá!)
- sofá
- tevê + rack ou suporte (eu voto no suporte, o Leo vota no rack pra não fazer furo na parede do apê alugado)
- geladeira (frost free, porque descongelar geladeira ninguém merece)
- fogão (com acendimento automático, para não precisar comprar fósforo)
- forno micro-ondas (sem porta espelhada, porque eu preciso vigiar o brigadeiro subindo lá dentro)
- máquina de lavar roupa (de 8 kg dá e sobra)

E é só, pelo menos por enquanto. Achei que ia ser facinho apurar na internet produtos com bom custo/benefício e chegar a um orçamento definitivo... só que não.

Tem muita, muita opção no mercado, não só de modelos mas de lojas e de marcas. Várias eu desconheço; várias eu conheço, mas não sei se hoje em dia são de fato sinônimo de qualidade. Além disso, os preços variam nos sites, aparentemente sem muita lógica, de um dia para o outro. O Já Cotei não dá conta de acompanhar: volta e meia eu clico em um valor que ele achou e pá, na loja o preço já mudou (para mais, sempre).

Em O Paradoxo da Escolha, o Barry Schwartz fala que ter escolha é bom - até um certo ponto. 3 ou 4 opções deixam as pessoas felizes: elas observam as diferenças e decidem de qual gostam mais. Já 20 opções... além do trabalhão que analisar toda essa oferta, por mais que a pessoa pesquise fica com a sensação que talvez houvesse uma alternativa melhor.

Então é isso: estou me sentindo cercada por (e afogada em) opções. Estou tentadíssima a usar como fator definidor o menor preço, porque dá menos trabalho. Mas, como alguém que já teve que usar no trabalho as canetas fruto desse tipo de licitação, acho que se eu quero me inspirar na Administração Pública tenho que partir para o critério técnica e preço mesmo.

14 comentários:

  1. Veja se tem assistência técnica boa também, evita aquela empurração de seguro que as lojas agora fazem para tudo. A mesa, cadeira e rack eu cogitaria comprar usado. Não sei se tem esse mercado de coisas usadas, como móveis, no DF. Deixei de pagar 500 reais por cada cadeira de jantar nova e paguei 87 por cada em loja de usados, e de madeira de verdade e não daqueles compensados encapados.

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  2. Gaaaaah, o blog comeu meu comentário! Tentando de novo:
    - Também voto no suporte. A gente sempre tem mesmo que pintar o apartamento pra entregar.
    - Vê se a mesa de jantar é mesmo necessária - a minha quase nunca é usada. De repente, só o sofá (bem bom, bem confortável) já resolve.
    - Marca: sugiro Electrolux, que até quando dá problema é fácil de resolver (a assistência no DF é boa). Fuja de Brastemp (sério) e Philco/Britania.
    - Considere uma lava-e-seca, é muita praticidade nessa vida.

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  3. É, esses dias eu tive que comprar um micro-ondas e achei isso também. Mas como eu não ia comprar pela internet (eu precisava para o mesmo dia), dei uma olhada nas características que eu queria (tamanho externo, litros, preço máximo) e fui para o shopping, escolher o que tivesse lá mais barato em 3 lojas. Bem, pelo menos foi uma compra muito rápida, porque eu já conhecia os modelos.

    Pela internet é sempre mais barato, mas pode ter a incomodação de ter que trocar. Já fiquei sem aspirador quase um mês, porque o que eu comprei chegou quebrado, até trocarem foi muito demorado (e eu tenho gatos!). Então se é algo que eu posso levar (TV, micro-ondas, etc), eu prefiro pagar um pouquinho mais para não correr o risco - às vezes consigo um desconto à vista também.

    Ah, e fuja dos tais dos seguros - se a coisa estragar com menos de 2 anos, faz um escarcéu com o atendimento da marca para eles consertarem em garantia. Eu já consegui isso com a brastemp uns anos atrás (eu escrevi para eles que os produtos brastemp nunca mais iam entrar lá em casa, só sair).

    Eu não gosto de comprar produtos muito sofisticados, não só por causa do preço inicial, mas porque se dá defeito o conserto é sempre caro e a gente fica com pena de comprar em vez de consertar porque o produto foi caro.

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  4. Gente, o botão "responder" nos comentários não está funcionando de jeito nenhum, então vou responder aqui em baixo mesmo. Espero que ele volte à vida logo!

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  5. Gabriela,

    DF é "o" mercado de coisas usadas, rs. Tem muita gente que fica só uns anos em Brasília, como político, assessor ou diplomata, então brechó de móveis e vendas de garagem são fáceis de encontrar. Estou contando com eles, sim!

    Também acho que algumas peças, como mesa e cadeiras, são fáceis de avaliar: não tem motor interno que possa estar desgastado, né? É só analisar com atenção.

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  6. Lu,
    às vezes a gente não precisa pintar de novo o apartamento todo, mas sempre tem pelo menos um ambientes implorando por um retoque. Vou usar esse argumento (até porque acho rack um móvel horroroso, rs).

    Por "mesa de jantar" entenda-se a única mesa do apartamento. As cozinhas de Brasília, quando o apartamento é 2 quartos, não costumam ser grandes, então não cabe uma mesinha lá. E decidimos abrir mão de montar um escritório, que fica sempre abandonado mesmo. Então essa mesa vai servir para trabalho, estudo e refeições. E você, como é que faz na sua casa?

    Excelente dica da Electrolux, obrigada!

    Quanto à lava-e-seca, é algo a se pensar com carinho. É prático mesmo, mas Brasília é tão seca e ensolarada!

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  7. Daniela,
    bem pensado isso: pela internet, se vier quebrado ou errado tem a chatice de trocar. Sem falar que ao vivo a gente tem uma noção muito melhor do produto - fotos podem ser altamente enganosas!

    O Leo também tem essa visão de produtos sofisticados, e acho que vocês têm razão. Sem falar que, muitas vezes, a gente usa só uma ou duas funções e o resto sobra...

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  8. Lud, vou dar meu pitaco, particularmente em relação à lavadora/secadora.
    Em geral elas são bem mais caras e algumas roupas podem encolher (aconteceu isso quando lavei roupa na casa de uma amiga), obviamente isso é bem particular mas tirar a roupa da máquina e por em um varal de chão é tão rápido, menos de 10 minutos, que não me incomoda, talvez em cidades mais úmidas isso possa ser um problema, mas em Brasília faço isso de manhã e ao chegar à noite as roupas estão sempre secas. Não sei se vale a pena uma lava/seca. Eu comprei uma lavadora da Consul de 6kg, como moro só lavo roupa a cada 3 semanas.
    Esperto ter ajudado.

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  9. Ilka,
    pois é, em Brasília a roupa seca tão rápido ao natural... sem falar que a função secar gasta energia elétrica, que está pela hora da morte, rs.

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  10. É Lud, acho que em Brasília não precisa de secadora não. Eu lembro que mesmo na época da chuva a roupa seca de manhã até de noite. Aqui no sul, nessa época a secadora é ótima. Se você lava um jeans e pendura, demora uns 5 dias para secar (e ainda não seca direito). Claro que a conta da luz é um horror, mas fazer o quê. Quando o pessoal fala que o clima de Bsb é horrível, eu fico pensando que horrível é esse clima aqui, faz duas semanas que chove direto. Em Bsb pelo menos o meu cabelo estava sempre soltinho.

    Ah sim, e a secadora encolhe as roupas sim, as roupas de malha e moleton feitas no Brasil encolhem direto. Eu uso para roupa de cama, banho, jeans, meias, roupas íntimas e de fleece, mas camisetas, blusas de lã e malhas aqui em casa não vão para secadora.

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  11. Daniela,

    eu e o Leo adoramos o clima de Brasília. Deve ser porque a gente não tem problemas respiratórios, rs. O fato de os armários nunca mofarem e de as roupas secarem rapidinho nos enche de alegria.

    Enquanto isso, a lava-e-seca cada vez perde mais pontos, rs.

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  12. Lud, eu curto muito a lava-e-seca por algumas razões.
    - Minha "área de serviço" é dentro da cozinha, como costuma ser em Brasília - o varal é pequeno, pendurar roupa exige uma certa ginástica (porque a máquina está no caminho, mesmo sendo pequena) e, bem, a roupa pendurada fica NA cozinha, basicamente. Tira toda a luz natural da cozinha, por tapar a janela. Pega cheiro de comida. E enfeia o ambiente. A lava-e-seca evita tudo isso.
    - Eu tiro a roupa ainda um tiquinho úmida e já penduro nos cabides - esses vão pro varal (à noite) e de manhã cedo pro armário, com tudo sequinho e lisinho, sem precisar passar.
    - Só preciso de um jogo de cama e um jogo de toalhas de banho - ssaem do uso direto pra máquina e de volta pro uso (essas peças eu seco de verdade, até o fim).

    Sobre a mesa, tenho uma bancada pra estudos e computador, que é basicamente o espaço que mais uso na casa. :)

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  13. Ah, só tive problemas com um conjunto de fleece que encolheu. Mais nada. Com outra secadora que usei (o prédio em que morava antes tinha lavanderia coletiva - foram 8 anos usando a lavadora e a secadora de lá), tive problema com umas três camisas.

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  14. Lu, de fato esses são pontos importantes. Acho que só vai dar pra decidir depois que a gente alugar o apartamento. Tenho visto alguns, mesmo de dois quartos, com áreas de serviço gigantes. Aí não seria necessário.

    Adoro lavanderias coletivas! Me fala qual é o prédio onde você morava?

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