quarta-feira, 18 de novembro de 2015

A crise da meia-idade

Ano que vem eu faço 40 anos. Aguardo ansiosamente a crise da meia-idade.

É verdade que o Leo já fez 40 e passou incólume. Mas 1) o Leo não é uma pessoa crisenta e 2) ele fez 40 na Eslovênia, né.

Depois que o sabático terminou, eu fiquei com uma sensação de "já fiz tudo que eu queria da vida". O que é ruim, porque ainda tenho mais 40 anos pela frente (pelo menos).

Estou tentando arrumar uns objetivos novos, mas confesso que quase tudo empalidece diante de "vendi tudo e saí pelo mundo". Talvez fosse melhor que eu tivesse deixado essa aventura para quando eu estivesse lá pelos 70.

Em tese, uma crise faz as pessoas repensarem suas vidas e passarem a enxergar tudo de um modo novo.

É isso ou dar uma festinha.

* * *

Andei investigando, e a tal crise não é unanimidade entre os psicólogos. Há quem afirme que ela não existe. Quer dizer, as pessoas têm crises em quaisquer fases da vida, não necessariamente nesse aniversário.

Dito isso, de fato os 40 são bem propícios a fazer um balanço. A infância está longe, a adolescência já passou, a juventude deu lugar - espera-se - a uma certa maturidade. A vida da maior parte das pessoas está razoavelmente estabilizada - muita gente já tem carreira, filho e casa montada, ou não tem e não quer ter. É uma boa hora para refletir se está tudo bem e que bom é continuar como está, ou se tem algo faltando, e aí correr atrás enquanto se tem ânimo e saúde.

* * *

Mas tem o caso da velhinha americana que, tendo perdido o marido aos 60 anos, começou a aprender a tocar piano. Muita gente riu, teve dó - e, 30 anos depois, ela é uma talentosa concertista. Aqueles que riram? Continuam sem saber tocar piano.

8 comentários:

  1. Às vezes as pessoas chamam de crise o que, a bem da verdade, é antes um período reflexivo, para analisar o que já conseguimos e o que ainda queremos.
    O seu sabático foi o máximo (eu A M E I acompanhá-lo), mas a vida tem muita coisa a ser explorada, muitas vezes em nem sair de casa (ler livros inspiradores, aprender um instrumento, aprender uma nova habilidade).
    Posso dar uma sugestão para a próxima aventura? vem conhecer a Amazônia!!! (agora eu to puxando a brasa pra minha sardinha hehehe). Hospedagem vcs já tem, só precisa comprar o bilhete ;)

    http://naestradacomcecilia.blogspot.com.br/

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  2. Puxa, Raquel, obrigada pelo convite! Adorei. Não podemos tirar férias por agora =(, mas quem sabe no (fim do) ano que vem?

    Aproveito para convidar vocês pra virem a Brasília. Cecília tem de conhecer a capital do país! =D

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  3. Festinha é sempre bom ;D
    O pai de um amigo nosso aposentou e resolveu começar a aprender piano. Todo mundo fez cara feia, mas ele toca muito bem e se diverte (ainda não é concertista, mas deu uma palhinha pros meninos). Se umas pessoas que eu conheço tivessem começado a estudar piano (ou saxofone, ou alemão, ou sei lá o que) ao invés de ficar reclamando que não estudaram piano, já estavam adiantadas...
    E crise não é que nem iogurte não, não tem data de validade. Acho que a data cheia é só um convite pra pensar... - e fazer festa =D
    Beijo!

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    1. Pois é, Dani. Tenho lido uns livros do Oliver Sacks que falam maravilhas da mente musical. Acho que vou entrar nessa fila dos aprendedores tardios de piano, viu =).

      Se eu fizer uma festinha você ajuda na decoração?

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  4. Acho que estou na crise da meia-idade desde o ano passado (estou com 36). O lado bom é que está rendendo crescimento pessoal e profissional!
    Ah, ficou linda a casa com os móveis que vocês compraram! Muito bom gosto, até parece foto de revista!

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    1. É exatamente esse tipo de crise que eu estou almejando, Lu!

      Obrigado pelos elogios! Eu me esforcei um bocado no "projeto sala", então fiquei muito feliz com eles.

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  5. Crise? Que crise? Faz festona, por favor. Tem 40 anos, 50 anos, 60 + anos é tudo. Só vai melhorando. Não é caô não. juro.

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    1. Só vai melhorando? Ueba!

      Eu acho bom envelhecer, sim. Mas também gosto de crises. Eu adoro "grandes gestos", rs.

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