segunda-feira, 21 de março de 2016

Inquietude perpétua

Como (quase?) todo mundo, eu sou uma pessoa contraditória. Por um lado, minha vida é toda organizada, pontual e tranquila. Por outro, minha cabeça está em constante ebulição.

Dia desses tive um daqueles insights óbvios: minha insatisfação, minha inquietude, vem de dentro, não das circunstâncias externas. Não importa o emprego que eu eu tiver ou a cidade em que eu morar - sempre vai ter um bichinho interior querendo mais. Ou diferente.

Acho legal tentar mudar e aprender. Não tão legal é isso vir acompanhado de uma angústia difusa.

O problema é que, na minha cabecinha, eu não consigo separar a insatisfação da ação. Fico achando que, se eu estiver feliz e satisfeita, não vou ter vontade de avançar em nada. Ficarei eternamente confortável e acomodada. (E isso é ruim? Tem muita gente que funciona assim e parece bem contente. Mas eu sou chatonilda, né.)

Este é o dilema: continuar mudando, mas de um lugar de paz e gratidão. Pode isso, Arnaldo?

2 comentários:

  1. Lud, desde meu primeiro blog extinto sobre minimalismo, desde meu início da jornada em busca de paz; em todas as crises que já tive, consumistas ou existenciais ou outras, percebo a inquietude que mora em mim.
    E isso tem nome, no meu caso: insatisfação! E a raiz dela é justamente meu perfeccionismo. Uma pessoa metódica, querendo ser MAIS metódica ainda, ferve por dentro pois busca incessantemente a próxima coisa a pré-ocupar sua cabecinha doida para ter novas ideias, metas, etc.
    Ando querendo ler o livro do Barry Schwartz (o Paradoxo da Escola) pois sinto que é o sentimento de satisfação que preciso exercer, e com ele a gratidão.
    Já leu este livro?
    Além disso, outro problema pessoal é a falta de foco. Afinal, uma mente teoricamente pronta a explodir não consegue se concentrar em nada. Apesar de não ser minha religião, admiro muito o budismo neste ponto. Ele se concentra a apreciar a jornada, o caminho do meio, o estado de presença.

    lilly

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    1. Li, sim, Lilly, e achei ótimo! Ele fala sobre como ter algumas opções de escolha é bom, mas ter muitas opções é frustrante. A gente nunca consegue compará-las devidamente e sempre fica aquela sensação: "e se eu tivesse escolhido aquela outra opção"?

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