sábado, 3 de março de 2018

A batalha dos livros

Tenho um monte de amigos e conhecidos que olham desconfiados para meu leitor digital, que eu carrego pra todo lado, e dizem que preferem ler no papel. Antes eu ficava indignada e tentava explicar que uma tela de computador, tablet ou celular é muito diferente da experiência de um eletrônico exclusivamente dedicado à leitura, mas hoje eu só sorrio e falo: o bom é que fica dentro da bolsa e eu posso ler a qualquer momento (do que se infere: leio muito mais que você, mané). 

Verdade seja dita, quem gosta de ler lê em qualquer suporte, como já me disse uma bibliotecária portuguesa. Mas há os apalpadores de lombadas, os cheiradores de páginas (entre os quais eu me incluo) e os fetichistas de volumes. E quem acha que importante mesmo é possuir o livro (se vão ler ou não já é outra história. Seriam as estantes um precursor do Instagram?). 

Mas não acirremos os ânimos. Assim como o cinema e a tevê, a orquestra e o rádio, o concerto e o cd (será que ainda existem cds?), livros digitais e físicos podem conviver alegremente, sem que um tire o lugar do outro, o resultado sendo que tudo mundo leia muito mais. Ainda adoro bibliotecas e belas sequências de livros enfileirados (e aproveito para reclamar: decoradores que organizam livros pela cor, WTF?), mas prefiro vê-las, não tê-las. Na minha casa não há livros de papel (mentira, tem sim, uns de estudo, escondidos no aparador da sala), mas nunca possuí tantas obras (passaram de centenas para os milhares, com a diferença que jamais ocuparam tão pouco espaço). Também me tornei mais exigente: comecei o livro e não gostei, não prestou? Apago do Kindle, devolvo pra loja (na Amazon você tem 7 dias) e se bobear deleto do HD também. 

Só digo uma coisa: eu e você, no portão de embarque, a companhia aérea avisa que o voo vai atrasar 7 horas (já aconteceu). A 80 km/h, quem você acha que tem mais garrafa vazia pra vender?

7 comentários:

  1. Eu também já fui defensora de livros impressos ("como assim pagar por um e-book?"), mas hoje curto os dois. Infelizmente, quase não uso meu leitor, pois passo mais tempo fora de casa e não tenho coragem de usá-lo na rua (assaltos demais em ônibus, né?).

    Mas com certeza, hoje acho muito mais prático.

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  2. Oi, Lud!
    Eu amo o meu kindle, mas a primeira coisa que fiz ao chegar na Alemanha (mentira, a quarta) foi me registrar na biblioteca.
    Acho que quem gosta de ler, como você escreveu, não fica colocando defeitos no suporte. Simplesmente usa o que for mais prático no momento.
    Hoje mesmo comprei um novo livro para o Kindle e peguei dois na biblioteca.
    O bom é que aqui na Alemanha dá para ler em qualquer lugar. Lá no Rio... não era bem assim. Como a Andrea, eu tinha medo de ser roubada.
    E assim seguimos. Ler é bom demais!
    Beijo

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  3. Qrda Lud,sei que o nosso encontro era este fim de semana, mas fui operada de urgência a uma hérnia e não tenho forma de vos contactar porque não consigo aceder aos arquivos do meu correio electrónico. Não sei a vossa morada e não me lembro nem da hora nem do dia. Assim proponho que nos encontremos amanhã de tarde (já estou bem e começo a trabalhar 2a feira) esperando que leia esta mensagem até lá. Vou tb enviar uma mensagem para o vosso tm de Portugal. Bjs aos 2, Vera

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  4. Oi Lud,
    Acabei de ler hoje sua ultima postagem, e quero dizer que achei incrível,
    e que eu tbm quero entrar de cabeça no minimalismo e suas postagens me ajudaram muito nesse ponto.
    Ps: Me identifiquei com o fato do Pão Durismo(com motivos de viagem rs), e que as vezes as pessoas não entendem que não é questão de ganhar bem ou mal e sim gastar com o que é importante pra cada um.

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    1. Exatamente, Lilica! Cada um sabe das suas prioridades. E quando a gente sabe as nossas, as chances de os comentários alheios nos irritarem/afligiram praticamente desaparecem!

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