domingo, 22 de maio de 2022

A mudança

Depois de quatro meses em diversos navios, o contêiner com a mudança chegou. Para minha grande alegria, nada mofou e nada quebrou. 

Como não tínhamos móveis, a mudança ter demorado tanto não foi problema. Compramos móveis aqui e pronto. Na hora de ir para o próximo posto, no entanto, vamos ter de pensar se vale a pena se livrar deles e voltar a morar em apartamento mobiliado, ou se é mais negócio carregar os móveis e ficar acampado no apartamento sem mobília até o contêiner chegar. Veremos. 

O que veio foram artigos de cozinha (oi, Air Fryer!), roupas e objetos pessoais - além de uma cômoda que já foi para o quarto de hóspedes, uma esteira que compramos na pandemia e um móvel de cozinha. A esteira e o móvel foram para o keller, uma instituição suíça (e alemã) utílissima: como em geral os apartamentos são pequenos, todo mundo tem um espaço no porão do prédio para guardar o que não está usando no momento, o que inclui roupas pesadas de inverno. 

Nos livramos de bastante coisa ainda em Manila, mas é claro que botei no contêiner um monte de tralha, porque a minha tese é que a gente nunca sabe se pode precisar. Agora que sei que não vou precisar, quero me livrar delas, mas infelizmente em Zurique nada é simples de jogar no lixo.  

Você até pode, mas cada saco de lixo de 35 litros (o "Züri-sack") custa 2 francos suíços, isto é, 10 reais. Então a população separa papel e papelão (recolhidos a cada 7 dias, alternadamente); vidro e garrafas pet (tem uma lata de lixo especial na rua para deixar); roupas (idem); lixo orgânico (idem, mas tem de estar em um saco biodegradável). O resto vai no saco de lixo de 10 reais mesmo. Claro que todo mundo (a gente inclusive) quer usar o mínimo de sacos de lixo de 10 reais. 

(Isso dá um trabalhinho. Um caderno de espiral usado, por exemplo, tem de ser desmanchado: as capas vão para a pilha de papelão, as folhas para a pilha de papel, e o arame em espiral para o Züri-sack.)

A casa está finalmente ficando com cara de casa, mas confesso que eu gostava bem de ter todo aquele espaço vazio. 

8 comentários:

  1. Oi, Lud!

    Tenho teu blog no meu agregador de feed há anos, mas nunca tinha comentado aqui.
    Só queria dizer que é um dos meus lugares favoritos na internet, me remete muito a como ela era nos anos 2000. É muito gostoso ler o jeito que tu escreve!

    Obrigada por compartilhar um pouquinho do (teu) mundo com a gente :)

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    1. Muito obrigada pelo elogio, Sandrine! Meu coração ficou quentinho.

      Eu também gostava muito na blogosfera do início do milênio. Sinto saudades.

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  2. oi Lud,

    Gostei da explicação sobre o descarte do lixo aí na Suíça. Eu acho que dá para medir a civilização de um povo pelo jeito que ele trata o lixo. Antes da pandemia estive em Fernando de Noronha e fiquei espantada com a quantidade de lixo que tinha jogado na rua, nos terrenos baldios. É uma ilha, um cartão postal, na minha cabeça era para ser muito, muito, limpa. Mas não, era tão ou mais suja que a minha cidade. As praias até que estavam limpas, mas acho que é só questão de tempo para ficarem imundas também.

    Eu imagino a alegria de rever a mudança! Mesmo que seja para destralhar parte dela, hehehe.

    Abraço,

    Daniela

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    1. Concordo totalmente, Dani. O Japão é outro país exemplar nesse quesito. A Suíça, além de ser bem pequena, não tem mar, então nem jogar no oceano eles podem (o que é ótimo).

      Sim, estou feliz com as minhas coisinhas. E agora já conseguimos enfiar tudo nos armários =D.

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  3. Oi, Lud (e Leo, já que agora sei que ele lê os coments também, hahaha)!

    Eu estava conversando sobre isso hoje no trabalho: QUANTO DE LIXO A GENTE PRODUZ!!! :( E aqui no Brasil nem um descarte correto temos... (Pra ser justa, em muitos países também não, mas né.)
    Na minha cidade não tem UM LUGAR que aceita vidro e eu já li que é um material bem mais fácil e útil para reaproveitamento. O certo mesmo seria diminuir o uso do vidro, mas como faz???

    Vamos acompanhar quanto dinheiro vocês jogarão fora, hahaha. XD

    Beijos!

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    1. Oi, Andrea!
      O Leo não lê os comentários, não, rs. A gente estava viajando e só levou o laptop dele, então eu comentei logada na conta Google dele sem nem perceber =).

      Pois é, geramos muito lixo e nem prestamos atenção. Há muito tempo a gente separa o orgânico e o inorgânico, mas a quantidade nunca foi uma preocupação... só agora, que passou a doer no bolso, rs.

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    2. HAHAHAHA, mas tudo bem, fala que uma leitora do blog mandou um oizinho! :D

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  4. Mas gente, tem que fazer um curso só pra entender como descartar lixo aí, hahahaha!

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