Continuo firme e forte na minha decisão que aparência é só superfície e que, portanto, não é a parte mais importante das pessoas. Por outro lado, sou perfeitamente capaz de compreender que há códigos não-verbais culturamente construídos nessa vida, e tento gerenciá-los de modo a chegar a meus objetivos (poder e cobiça, menos a cobiça) sem sacrificar meus ideais (um mundo melhor). Isto é: salto alto não, esmalte não, maquiagem não. Calças e camisas sociais sim, broche na lapela sim (igual a Madeleine Albright!).
Em outras palavras: os melhores amigos da poupançuda que acha que uma roupinha boa e limpinha não ajuda a avançar na carreira, mas pelo menos não atrapalha são 1) as lojas de departamentos, 2) a irmã que é do mesmo tamanho e empresta terninhos novos em folha, porque ela não os está usando, 3) os brechós!
Eu nunca havia encontrado um brechó decente na vida, mas aqui em Brasília tem. Ele parece uma loja de verdade, é bonito, bem-decorado, iluminado, e as peças ficam separadas por estilo e cor. Comprei três camisas muito bonitas por 40 reais cada, e a vantagem é que não tive que cortar a barra de nenhuma. E se alguém quiser saber, não, eu não ligo a mínima de usar roupa que já foi de outra pessoa: até eu deixar de morar com os meus pais sempre rolou um troca-troca medonho entre irmãs, tias e mãe, e ninguém morreu por causa disso, muito antes pelo contrário. Sem falar que quase todo mundo que eu conheço doa roupa usada para os menos favorecidos, e aí? Os menos favorecidos podem usar, mas a bonita não? Menos, né?
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A Tania pediu nos comentários, então aí vai: o brechó se chama Peça Rara (hihihi) e fica na SCLS 307, bloco C, loja 3. Isso quer dizer que ele fica na Asa Sul, entre as superquadras 307 e 308. A loja fica no meio do quarteirão. Eles têm
site, mas desconsiderem as fotos de gosto duvidoso: o que tem no brechó mesmo é muito mais legal. Só tem de dar um pouco de sorte, pra ter o que você gosta, e no seu tamanho.