sábado, 29 de junho de 2019

Quando quero não me deixam

Nunca quero comprar nada (o trabalho! O custo! O entulhamento!), mas de vez em quando me convenço que uma nova aquisição vai facilitar minha vida e vou em frente.

As calças jeans que possuo estão em duas situações: largas ou apertadas. Então saí de casa com uma missão simples: comprar uma calça jeans escura e reta.

(Antes fui ao brechó Peça Rara, que é aqui perto de casa, e para meu grande despontamento eles tinham fechado a unidade na Asa Norte. Então fui ao shopping mesmo.)

Entrei em QUATRO lojas diferentes e elas só tinham modelos skinny (que eu já tenho), cigarrete (que eu não curto) ou flare (sempre preciso fazer bainha e o flare fica pela metade).

Na quinta loja, encontrei o tipo que eu queria: escuro e reto. As costuras não eram das mais certas e o preço não era dos melhores (99 reais), mas tudo bem. Catei a 40 e a 38 e fui experimentar.

A 40 ficou larga. A 38 ficou larga. Botei uma na frente da outra e vi que elas tinham exatamente o mesmo tamanho.

Fui buscar uma 38 verdadeira. Não tinha. O que tinha era uma 36 exatamente do mesmo tamanho da 38 e da 40.

Depois de muito procurar, encontrei uma 36 verdadeira. Lógico que ficou apertada. E calça jeans apertada eu já tenho.

Saí do shopping com as mãos abanando e bem frustrada. O jeito vai ser emagrecer ou engordar.

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Montanha-russa de emoções

Eu me considero uma pessoa calma, mas ando desconfiada que não sou, não. Andei relendo o blog e vi que estou sempre passando por um ou outro momento de aflição.

Como vocês podem imaginar,  não tenho estado muito tranquila. Estou muito contente com a remoção, mas a ansiedade tem chegado junto. Será que vou gostar do trabalho? Será que vou me sair bem? Será que vou me adaptar à comida? Será que vamos conseguir um apê legal?

Tudo indica que as respostas serão positivas, mas, para pessoas ansiosas, a realidade não importa muito. Importante mesmo são razões imaginárias para arrancar os cabelos.

* * *

Primeiro li um monte de livros sobre morte, depois sobre velhice. Passei para os de crise de meia-idade, e agora estou lendo memórias sobre menopausa.

Eventualmente chegarei a livros sobre a minha idade, ou minha idade chegará aos livros.

terça-feira, 11 de junho de 2019

A agitação da mudança

Desde que voltamos das férias, em fim de maio e com a remoção confirmada (o resultado saiu na véspera do meu aniversário!), eu e o Leo estamos em polvorosa. Há muitas providências a serem tomadas e a gente gosta de fazer tudo com antecedência, então já viu. Temos belas listas em Excel e um calendário gigante desenhado a giz na parede da sala.

E olha que montamos nossa vida em Brasília já na expectativa da mudança. Não compramos casa nem carro. Nossos móveis são quase todos de segunda mão, porque sabíamos que íamos vendê-los todos depois. Tentamos não acumular objetos. Não temos animais de estimação. E, mesmo assim, há uma quantidade enorme de coisas a fazer.

Começamos com as consultas médicas. Elas se estendem por semanas, porque implicam em exames e retornos. Concomitantemente, vamos providenciando os "nada consta" do condomínio e da prefeitura, trocando os endereços dos bancos, atualizando as procurações. Esta semana começamos a vender os móveis, colocando anúncios na intratec do trabalho, no Facebook e na OLX. Falta pelo menos um mês para a nossa partida, mas o Leo já está negociando o sofá, o rack e a tevê. O micro-ondas já foi.

Uma mudança é sempre uma oportunidade para fazer um destralhamento maroto, mesmo para quem não é minimalista. Mais de um colega experiente disse que não é para levar tralha no contêiner: só te dá desespero na hora de abrir aquele monte de caixa, e você ainda tem de se livrar dela no destino.

Dito isso, eu já fui mais hardcore. Hoje tento equilibrar o desfazimento imediato com as necessidades futuras. Não acho que faz sentido vender o liquidificador, a batedeira e o aspirador aqui para comprar outros lá (aparentemente, eles vão funcionar nas Filipinas - se não, seria outra história). E vamos carregar os casacos pesados e botas de neve conosco, mesmo indo morar em um país tropical, porque o próximo posto pode muito bem ser Moscou ou Helsinki!

Achamos todo esse processo divertidíssimo. Afinal, estamos realizando o sonho de morar no exterior. Tem uns momentos de estresse, é verdade, mas geralmente estamos nos congratulando mutuamente e dando risadinhas de alegria.

Talvez haja até dancinhas envolvidas.

domingo, 9 de junho de 2019

Eu sou da América do Sul

Em abril e maio, passamos 5 semanas passeando pela América do Sul: Buenos Aires, Montevidéu, Colônia do Sacramento, Punta del Este, Bariloche, Puerto Varas, Santiago, Lima e Machu Picchu.

Nos esbaldamos no doce de leite e nos alfajores na Argentina e no Uruguai; na comidinha temperada peruana; nos hambúrgueres e batatas fritas, universais; e no vinho em todo lugar (menos no Peru). Pegamos uns táxis. Ficamos em bons apartamentos e hotéis. Vimos paisagens lindas.

Dito isso, como confessar sem parecer uma esnobe horrível que achei as capitais muito parecidas com as brasileiras e, consequentemente, meio sem graça? Há belos lagos, montanhas e vulcões, as pessoas foram muito gentis e adorei Machu Picchu, mas sinto que passei um bocado de tempo caminhando em ruas do centro das cidades do Brasil. Talvez a culpa seja nossa mania de andar pra tudo quanto é lado, o que nos fez enfrentar trânsito, barulho e poluição. O calorão que sentimos, bem além da previsão meteorológica, também não ajudou. E não é que eu tenha ido despreparada: li guias de viagens, passeei em blogs e assisti a videos. Mas, na hora do vamovê, faltou o encanto do diferente.

No fim das contas, agora entendo porque tantos colegas de trabalho só querem servir aqui pelos países vizinhos. É tudo bem semelhante, inclusive a língua.  Para quem não é fã do exótico, é o ideal.

O mimimi não quer dizer que jamais aceitarei um posto na América do Sul. De repente, daqui a dez ou doze anos, eu ache que ficar tão perto do Brasil (em todos os sentidos) seja um vantajão.

* * *

Estou vendo as fotos da viagem e adorando tudo. É engraçado como fotos são um versão editada da realidade: não tem carro buzinando, calçadas lotadas, calorão.

sábado, 8 de junho de 2019

A ronda dos médicos

Sou muito enrolona para ir ao médico - talvez porque minha saúde seja ótima. Ao dentista eu vou, para limpeza e elogios (faz mil anos que não tenho cáries e cuido muito bem dos meus dentinhos). Em 2012 fizemos a ronda dos médicos antes de sair viajando; e desde então, nada. Ok, fui ao reumatologista (alarme falso, que bom) e ao olftalmologista (porque a visão reclamou. Mas continuo resistindo aos óculos. E precisei fazer uma fotocoagulação com laser de argônio para corrigir uma fragilidade na retina - um processo desagradável, mas rápido).

Com a remoção chegando, partimos para um check-up geral. E dá-lhe consultas e vacinas e exames. E exames. E exames. Não sei se agora os médicos gostam mais de pedi-los, ou se depois que o paciente passa dos 40 anos o protocolo muda - só sei que tenho resultados espalhados em três clínicas de Brasília.

Pelo que deu para ver até agora, minha saúde está ótima, exatamente como eu suspeitava. Nem uma gordurinha no fígado eu tenho, apesar de minha alimentação algo duvidosa.

Só uma vitamina D baixinha, baixinha.

* * *

Como estamos indo para o sudeste asiático, o médico do Ambulatório do Viajante do HRAN recomendou vacinação contra febre tifoide, meningite ACWY e meningite B. Para hepatite A e B, primeiro vamos fazer exames de sangue para verificar se estamos imunizados.

Ambos tomamos vacinas contra hepatite antes do sabático. Curiosamente, os exames parecem indicar que eu estou imunizada e o Leo não. Vai entender.

A vacina contra meningite B é importada, custa uma fortuna e deixa o bracinho doendo por uma semana. No meu caso, tive uma reação no local e ficou vermelho e coçando também (a partir do sétimo dia até hoje, dez dias depois). Para completar, vamos ter de tomar uma segunda dose daqui a três semanas. Mas vale a pena, já que é pra proteger de uma doença que pode ser fatal.