quinta-feira, 8 de julho de 2010

O Caso dos Conselhos

Eu tenho não só a petulância de achar que sei o que é melhor para a vida das pessoas, como também o mau hábito de contar para elas. Não é que elas peçam conselhos, não: eu é que viro na lata e falo "ó, se você fizer assim é melhor". Ultimamente tenho amaciado minhas preleções com introduções do tipo "ah, mas você já pensou nisso e naquilo?". Mas não desisto fácil: se a pessoa disser "já", eu continuo empilhando razões para convencê-la do meu ponto de vista.

Surpreendentemente, até agora ninguém me bateu. Talvez porque percebam que as minhas intenções são puras. Talvez porque achem mais fácil fingir que me dão razão e encerrar a conversa.

Em minha defesa, adianto que meus argumentos são geralmente racionais, lógicos, econômicos e pacifistas. Ainda assim, quero perder essa mania. É arrogância achar que sei mais do que cada um. Tenho de aprender a respeitar a autonomia das pessoas (argh!).

Agora, se me pedirem conselhos, aí são outros quinhentos. Estou liberada para dar minhas opiniões. E darei, muitas. Até porque vou ter várias acumuladas, né?

11 comentários:

  1. mas sabe? nem sempre a gente pede feedback. e às vezes ouve coisas úteis. o problema é que a gente é acostumado a ignorar o que nos dizem, e precisa de um pouco de atenção e humildade pra de fato ouvir, avaliar e ver se tem algo bom no conselho (óbvio que eu NAO sei fazer isso =)

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  2. Ah, Lud... Acho ótimos os seus conselhos. O que irrita é aquelas pessoas que dão os conselhos e obrigam você a segui-los. E, se você não concorda ou não segue, ficam te olhando com cara de "sua loooooser".
    Como eu te falei quando nos encontramos, acho que é sempre bom ouvirmos um outro ponto de vista sobre os assuntos, ou começamos a achar que o nosso é a verdade, e não apenas uma de muitas verdades possíveis
    ;)
    Quando quiser matar a vontade de dar conselhos, me procura
    Beijão

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  3. Olá.
    Venho acompanhando o seu blog tem um tempinho.
    Tomei conhecimento por meio de uma citação da De Chanel na Laje e vim aqui checar.
    Gostei tanto que estou sempre aqui (fazendo comentários em posts antigos...mania).
    Vim de Belo Horizonte e estou morando no norte do Mato Grosso já tem alguns meses.
    Tem sido difícil. Deixei a cidade que amo, amigos, família e namoradinho pra me enfiar num ambiente extremamente hostil e machista. Sou advogada (trabalhamos com direito ambiental e regualrização fundiária). O papel primordial das mulheres aqui é ser "esposa de produtores de soja". Algumas dão duro na administração do negócio, mas a maioria se preocupa basicamente em financiar a MAC e a Gucci (dentre outras) com dinheiro proveniente de hectares de floresta derrubados (pra plantar soja, obviamente). Enfim, eles plantam, elas "colhem".
    E tome futilidade.
    Sempre fui desapegada mas, como o homem é produto do meio, acabei por constatar que estava em total dissonância com a categoria feminina local. Não faço as unhas semanalmente, não tenho 765 potinhos de cremes rejuvenescedores, nunca pintei meu cabelo. Comecei a nutrir desejos obscuros e incontroláveis por maquiagens, roupas e cosmeticos. Passei a visitar blogs de moda pra me ligar nas (argh) tendências. E nessas incursões descobri o Dechanel e o teu blog.
    Graças a vocês estou salva. Parei de adquirir cosméticos sem utilidade prática, de sofrer pela falta de tempo pra fazer as unhas e de circular infeliz feito um patinho feio em meio às agrogirls.
    (Porque eu me recuso a fazer luzes e lipo).
    Dessa forma, eu posso economizar (para minha viagem à Europa em fevereiro, afinal, foi pra isso que eu vim pra cá né_ money!) e tenho mais tempo pra estudar pros concursos e assim voltar pra minha querida cidade (e como butequeira que sou, sentar e tomar umas cervejas geladas ali no Bar do João, ao som do bom e velho rock and roll néam?).
    Desculpe o comentário gigante.
    Foi um desabafo.
    Desculpe os erros ortográficos, escrevi assim numa tacada só e nao vou voltar pra corrigir.
    E parabéns pelo blog!
    Abraços

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  4. Acho que manifestar opinião é sempre útil e saudável. Agoooora, dar palpite demais não é muito bão, não (e eu tenho que exercitar isso tb). Porque uma coisa é opinar se a pessoa deve, sei lá, casar, mudar-se pra Escócia, ou qual o melhor tipo de alguma coisa. Outra, completamente diferente, é o palpite "coloque dez centímetros pra direita, que fica melhor". E estressar que a outra pessoa só mexeu 9 cm. Isso estressa!
    Eu sempre acho que opiniões alheias são importantes - nem que seja pra não segui-las - para perceber pontos-de-vista diferentes... às vezes vc não dá importância na hora, mas depois passa a pensar...
    Resumindo: pode continuar dando palpite! =)

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  5. Acho que eu pereço do mesmo mal que você, Lud.

    Só não insisto nos conselhos - mas adoro rir quando o povo se ferra e dizer "Eu não disse?".

    Mas ainda vou dar um jeito neste péssimo hábito. [Já tô com fama de boca de praga por causa disso.]

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  6. Sarah,
    puxa, e ainda tem isso: como eu acho que sei o melhor pra todo mundo, quando alguém me dá um conselho eu ignoro, porque afinal eu sei o que é melhor pra todo mundo.

    Apesar de que, pensando bem, não costumam me dar conselhos (mãe não conta). Ou será que dão e eu nem registro?

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  7. Fê,
    bem, olhando por esse lado...

    Mas você é minha amiga de muito tempo. Eu tenho intimidade para dar palpite, né? Fogo é ficar aconselhando quem eu acabei de conhecer!

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  8. Nayara,
    te entendo perfeitamente. É difícil ser "a" diferente.

    O jeito é tentar andar com gente que pense parecido com você (e parece que isso significa ter mais amigos moços do que moças). E ter foco, né? Bota uma foto de Paris como protetor de tela =). E usa o tempo que você dedicava aos blogues de moda/maquiagem para pesquisar sobre a sua viagem! Você conhece o www.viajenaviagem.com?

    Aí, já estou dando conselhos de novo =D.

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  9. Dani,
    concordo com você: há palpites e palpites.

    Tem a dona mamãe, que não pode ver a gente fazendo nada (nem dobrar uma roupa ou tomar café-da-manhã) que vem falar como podíamos estar fazendo melhor. É muito irritante.

    E tem palpites genéricos e amplos e de maneira geral informativos. Esses de fato são mais úteis.

    Bom saber que posso continuar oferecendo minhas opiniões pra você! Pode mandar eu parar quando eu passar da conta.

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  10. Ághata,
    ah, como é bom falar "eu não disse?".

    Mas eu me contenho. Porque se a coisa deu errado e a pessoa já está triste/brava, escutar um "eu não disse?" pode provocar um ataque psicótico de fúria =D.

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  11. Eu odeio que me dêem conselhos de forma gratuita. Até porque sou muito racional e me conheço razoavelmente (pura pretensão), então sei o que funciona ou não para mim. Mas de vez em quando peço a opinião dos outros, e daí levo a dita em consideração. Ou então alguém faz algum comentário genérico que eu acabo aproveitando, acho que por estar com a guarda baixa. Mas se começar a frase com: eu, se fosse você... eu nem ouço o resto.

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