quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Gostar eu gosto mesmo

Gostar eu gosto mesmo é de ler livros e comer chocolate e mastigar umas pipocas o dia inteiro. Gostar eu gosto mesmo é de ficar em casa, almoçar sozinha e recusar convites. Gostar eu gosto mesmo é de não ter horários, obrigações ou agenda. Gostar eu gosto mesmo é de dar uma dormidinha em vez de me exercitar.

Mas quando eu faço só o que eu gosto, gosto mesmo, acabo emburrada e entediada e levemente deprimida. Infelizmente eu preciso de outras fontes nutricionais, de outros tipos de diversão, de contato com as pessoas, de objetivos e metas. Acho isso detestável, porque eu me esforço justamente para chegar ao lugar onde eu posso fazer o que eu gosto, gosto mesmo, mas quando chego lá, me aborreço profundamente.

O jeito é fazer um monte de coisas que não tenho vontade - pelo menos no começo. Depois que começo a socializar, caminhar, fazer listinhas de onde quero chegar, aí pego embalo e fico toda animada.

Segundo uns livros que já li (desculpem, não me lembro mais quais), um bom truque para fazer atividades que fazem bem, em vez de aquelas que a gente gosta, gosta mesmo, é preparar o ambiente adequadamente. Eu, que me perco no buraco negro internet + redes sociais, tirei o notebook de cima da mesa e guardei dentro de um gaveta no quarto - assim, não é automático grudar nele toda vez que chego em casa. Meus queridos chocolates? Foram para as profundezas do armário. Dormidinhas? Agora a regra é não ler na cama, só sentada, a não ser que já seja hora de dormir. E os tênis ficam bem à vista, para me lembrar que, chegando do trabalho, é hora de ir caminhar.

Acho que o que mais tem feito diferença é mesmo o laptop. É muito fácil se distrair com a imensa riqueza da internet. Sem ele, eu me divirto estudando um idioma, escutando música ou lendo um livro com atenção (sim, às vezes eu leio e navego ao mesmo tempo. Não presta).

Para fechar, é exatamente aquilo que um dos livros que já li diz: o ser humano não sabe o que o faz feliz. Ele acha que é ler livros e comer chocolate e mastigar umas pipocas o dia inteiro (ou tomar todas ou trabalhar demais), mas nem é. Rola uma satisfação, sim, mas ela é passageira.

2 comentários:

  1. Adorei a reflexão e o ultimo paragrafo...não sabemos o que nos faz feliz!

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