quinta-feira, 21 de junho de 2018

A vida dos outros

No começo desse mês fez um ano que tomei posse no Itamaraty. Como diz o Leo, agora a ampulheta virou, porque em tese quando eu completar dois posso ir trabalhar (ou, como diz o povo, "servir") no exterior. 

Fico bem contente com a perspectiva. Não sei onde vou parar - pode ser em qualquer lugar onde o Brasil tenha uma embaixada ou consulado -, mas tenho certeza que vou curtir. Adoro conversar com os colegas a respeito de futuros destinos. Trocamos um monte de ideias e descubro que tem gente que não quer morar em lugar muito quente, ou muito frio, ou onde álcool seja proibido, ou onde não exista vida noturna.

Acho que estão certíssimos. Cada um sabe o que quer da vida, ora. Eu e o Leo somos bem tranquilos nas nossas exigências, até porque somos um casal: a gente diverte e faz companhia um ao outro. Quem é solteiro talvez pense duas vezes antes de topar servir em uma cidade do interior do Japão (Hamamatsu e Nagoia têm consulados brasileiros!), por exemplo. 

O que a gente quer: água potável, internet, certa segurança (guerra não, por favor). Doenças não nos preocupam tanto, porque vivemos em um país onde tem zika, dengue e chicungunha, né? Achamos que, obedecendo direitinho as orientações dos locais (como usar repelente e colocar telinha nas janelas), vai dar tudo certo. 

Aliás, seguir direitinho as orientações dos locais será nosso lema. Estamos em um país frio, onde o povo se diverte no inverno esquiando e patinando? Bora aprender a esquiar e patinar! Moramos em um lugar tropical, onde a hora de caminhar nos parques é ao amanhecer e ao anoitecer? Bora botar o despertador pras 6 da manhã! Na nossa cabeça, não faz sentido mudar de país e continuar se comportando igualzinho. 

Muito antes pelo contrário: viver como os outros vivem será uma bela experiência. 

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