domingo, 4 de abril de 2010

O Caso da Identidade

Cortei o cabelo curtinho, o que foi ótimo, e não estava usando maquiagem nem esmalte nem acessórios, fora brincos pequetitos, o que também foi muito prático. Só que o uniforme 1 do intercâmbio era terno e gravata e o uniforme 2 era camisa pólo que veio do modelo errado (reto). Resultado: virei um menino pré-adolescente!

Conheço muitas mulheres que continuariam parecendo mulheres sob as mesmas condições de temperatura e pressão. Esse não foi o meu caso. E não é coisa da minha cabeça, não: eu percebia as pessoas me olhando perplexas, sem saber onde me encaixar. Sim, porque eu parecia um menino, mas a voz e o gestual continuaram femininos (eu não consigo conversar sem as mãos). Em uma das matérias que fizeram sobre o grupo no jornal local, a jornalista achou por bem frisar que eu era uma "mulher casada de 33 anos". Nenhum dos outros participantes mereceu uma definição de gênero.

Confesso que achei estranho me olhar no espelho e não me reconhecer. A minha tese era que mulheres e homens e podiam se vestir de maneira muito prática e semelhante e não ia dar problema nenhum. Que as mulheres iam continuar parecendo mulheres e os homens, homens. Mas a prática (involuntária) não funcionou assim, pelo menos pra mim. Bem que uma amiga minha dizia, citando um pensador dessas questões, que "gênero é performance".

Para completar, eu estava em um programa de troca de experiências profissionais. O meu aspecto pré-adolescente não estava impressionando, não.

Aí apelei: voltei a usar batom e base em pó nas olheiras.

Meio que funcionou. Mas os australianos continuaram me achando "tiny" (minúscula).

10 comentários:

  1. Hehe, tá parecendo meu sogro que elogiou o meu cabelo curto falando que "tava igual a um homenzinho" =P

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  2. Oi.Mas nessa foto ai já é o com maquiagem? Porque ta supepr feminina, nao passa por meninO, nao.
    Aqui onde moro, na Austria, a muitas mulheres tem cabelo curto. Acho que mais da metade delas tem cortes bem curtos.

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  3. Ei, be-vinda de volta!

    Também não te achei parecida com um menino. Mas tem uma coisa, né? A gente sabe que você não é um menino. Então, leio o seu relato e vejo a foto, mas não tenho como negar o que já sei, né? Eu vejo uma mulher e tento julgar se ela se parece com umm menino, mas já sei que é uma mulher. E na foto sua expressão é bem delicada, mas há homens delicados. E mulheres não tão delicadas. Enfim, é bem complexo. E a gravata, definitivamente, não ajuda...

    Mó sorrisão bonito o seu, viu? Adoro sorrisos abertos assim.

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  4. Lud,

    Faz 2 meses que cortei o cabelo bem curtinho e mais, deixei-os crespos, alisava-os havia uns 15 anos. Resultado, chocou geral! Como gosto de maquiagem e tenho seios generosos, continuei bem feminina. Também gesticulo bastante e apesar da voz grossa, falo mansinho... alguns chegam a dizer que ela é muito melodiosa. Enfim, não fui confundida com um homem, mas o que chocou de fato foi o visual la mama áfrica: os cabelos bem enroladinhos. Muitos acharam bem fashion, outros que foi algum tipo de revolta... incomodou mesmo... e eu fiquei achando tudo muito engraçado, essa coisa de como o visual mexe tanto com a cabeça da gente de uma forma geral.

    O problema das pessoas comigo não foi um confusão menino/menina, foi aceitação de um padrão não convencional: cabelos crespos.

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  5. ADOREI o corte e a roupa com gravata. Taí uma combinação q, ao contrário da maioria, acho q fica linda nas mulheres.

    N sei qm inventou q cabelo curto e gravata são exclusividade dos homens e q, o horror dos horrores, uma mulher usar isso é ficar igual a um homem...

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  6. ai, que esse cabelo melissa nao te cai bem! a sorte e' que voce e' bonita mesmo sem ele, e o bom (porque nao e' sorte, vc fez por onde) e' que voce nao precisa de ser bonita =)

    marcia, vida longa as mulheres de cabelo cacheado que amam seus cachos! =)

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  7. Daninha,
    se foi elogio, tá valendo =D.

    Ana Flavia,
    essa foto é sem maquiagem. Mas tá de pertinho, né? Talvez de longe eu parecesse mais um menino =).

    Iara,
    pois é: eu cortei o cabelo antes de viajar, e ninguém que já me conhecia achou que eu tinha virado o Harry Potter. Mas na viagem foram duas coisas: o cabelo curtinho e o uniforme-escondedor-de-busto-cintura-e-quadril.
    Obrigada pelo elogio ao sorriso! Eu ando muito risonha mesmo.

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  8. Márcia,
    é engraçado mesmo como mexe com a cabeça da gente e das outras pessoas. E como elas ficam indignadas quando alguém sai do padrãozinho. É um dos desafios do ser humano, né? Aceitar o diferente.

    Babsiix,
    diz a Susan Brownmiler, no livro Femininity, que cabelo curto pra homem foi invenção do homem branco, que tende a ficar careca cedo. No Oriente e na África, os homens tinham cabelão até a influência ocidental mudar o padrão.
    Também acho gravata um luxo =).

    Bela,
    que elogio lindo! A idéia é essa mesmo: não precisar ser bonita. Não sou enfeite, oras.

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  9. Eu adoro cabelo curto, mas não tenho coragem (e o marido pediria as contas).

    Eu diria pra usar uns tic-tacs coloridos no cabelo, mas acho que não combinaria com o terno, né? Hehehehe!

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