quinta-feira, 22 de abril de 2010

O Caso da Irritação

Acho que o que mais me irrita nos padrões de beleza impostos às mulheres é que a gente nunca está pronta pra nada. Vamos ali no clube nadar? Peraí, tenho de checar se a depilação está em dia. Vamos a uma festa de casamento em meia hora? Ah, não tem jeito, não tenho vestido, as unhas não estão feitas, e o salão? Vamos passar na casa dos meus tios? Imagina, conhecer sua família com essa roupa horrorosa, claro que não. Dorme aqui em casa? Ih, não dá, como é que vou trabalhar amanhã vestida do mesmo jeito. Etc. etc.


Em suma: a gente se diverte muito menos do que poderia.

6 comentários:

  1. Nossa, eu concordo tanto! E olha que eu sou muito desapegada de muita coisa. Outro dia li num blog uma moça dizendo que tinha perdido muitos dias de piscina na adolescência por conta de seu cabelo - nas palavras dela, claro - ruim. Que se tivesse acabado de fazer escova, nem pensar.

    Olha, como eu já te contei em outros post, meu caminho sempre foi o de tentar corresponder até onde acho razoável, sem abrir mão da diversão. Então minhas respostas seriam:

    Vamos ali no clube nadar?
    - A gente passa na famácia no caminho? Nada que 5 minutos e uma gilete não resolvam. Mas, ó, só se tiver muito pelo saindo pelo biquini. Senão, sem escalas mesmo.
    - Vamos ali no casamento? Problema só se for em outra cidade. Guarda-roupa feminino não colabora mesmo. Se for na minha, banho + vestido de sempre + batom em 1 hora. Unhas? Só vejo se estão cortadas. Cabelo? Seria legal, mas se não deu, não deu, ué?
    - Vamos passar na casa dos meus tios? Claro! Porque não?
    - Dorme aqui em casa? Bom, o povo no trabalho vai reparar. Eu vou me sentir incomodada na primeira hora. Depois desencano.

    Mas a coisa foi feita pra gente não se divertir. Pra não ter o mínimo de espontaneidade. Boa-moça tem que ser arrumadinha, né? Uma vez viajei com uma galera na loucura e dormiu todo mundo no carro. Foi ótimo. Mas imagina se eu fosse do tipo que não vive sem chapinha?

    E meu comentário ficou maior que o post. Gente prolixa é foda.

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  2. Eu tbem concordo com esse post. Nos meus primeiros aos pós aborrecência eu era meio assim, encanada. Hoje estou mais tranquila com muita coisa. Cabelo, unha, passo meses sem comparecer no salão. Exceto quando a ocasião for beeeeem especial mesmo.
    No mais, as vezes que deixo de fazer algo é por opção mesmo em não curtir determinado programa, não por questões estéticas.
    Ontem, depois de uns 2 meses, resolvi ir no salão fazer as unhas do pé. Eu até que gostei, mas depois que fiz eu me dei conta que não ficou tão diferente assim, de como estava. Daí eu lembrei de uma época que eu ia ao salão religiosamente toda semana. E agora eu vejo que sou mais feliz exercitando esse desapego. Sem falar na economia.

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  3. Iara,
    que bom que você não deixa cortarem sua diversão. Eu estou trabalhando nisso!
    PS: adoro gente prolixa!

    Silvinha,
    eu já fui mais fresca. Agora estou largando mão e ficando mais satisfeita. A economia também me alegra muito, não minto!

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  4. É tão verdade isso. Mas como as duas meninas ai em cima, também tento desapegar. Na verdade, nunca fiz muita questão de salão mesmo, não é nenhum sacrificio não ter de ir. Uma coisa é certa: eu não deixo de me divertir por causa dessas coisas não. Geralmente uso mais de desculpa, quando não to muito afim de fazer o programa, porque quando quero dou algum jeito.
    O mais legal é que meu namorado acha o máximo o fato de eu não ficar me preocupando com essas coisas. Se ele entendesse o quanto isso se deve ao feminismo, talvez ele conseguisse ver esse feminismo com olhos melhores.

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  5. gosto de me arrumar, não vou mentir. mas, se não der, não fico sofrendo com isso - acho que o essencial é ficar "limpinha", com cabelo limpo, unhas cortadas, roupa limpa e não amarrotada, essas coisas. mas acho que os homens tb têm sua cota de sofrimento civilizatório (embora muito menor que a gente), afinal, fazer barba todo dia deve ser um saco! e o padrão de vestimenta que eles devem adotar em ambientes de trabalho, sejam mais formais ou não, é mais restrito que o nosso, pois podemos usar camiseta, saia, vestido e sapatos mais abertos no calor. e isso leva a outra questão em que fico pensando às vezes: ok, de um lado é vantagem poder usar menos roupa; ao mesmo tempo, até que ponto a exposição maior de pele não é fruto da necessidade de parecer mais sexy e bonita, e não apenas uma questão de conforto no calor (sendo que nesse caminho nossa credibilidade profissional vai pras cucuias...)? fiquei com essa pulga atrás da orelha desde o dia em que vi uma entrevista com um diretor de teatro falando sobre caracterização de personagens, e ele comentou que quanto mais rico, poderoso ou nobre o personagem (um rei, por exemplo), mais coberto ele costuma aparecer. não sei se isso chega a ser uma regra tão forte assim, mas dá o que pensar. de qualquer forma, continuo com os vestidos- comportados -, porque acho uma delícia de usar (apesar de ter que depilar as pernas pra usá-los, ai ai...)
    ah, alguém aí falou em gente prolixa? : )

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  6. Nossa, a única coisa dessa lista que me faria pensar é a questao da piscina. Mas quando morava no Rio a minha depilacao era feita sempre que o tamanho dos pelos permitisse, era rotina mesmo, entao quase nunca estava "desprevinida". O resto, pouco me importa. O que importa menos é o que o povo do escritório vai pensar se eu for com a mesma roupa. O que ME incomoda é ficar sem trocar calcinha, e pra isso existe carefree sempre na bolsa. Esse tipo de coisa nunca foi motivo para eu deixar de me divertir.

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