domingo, 29 de agosto de 2010

O Caso do Início de uma Era

Hoje acordamos cedinho em BH e nos mandamos de carro pra Brasília. A viagem durou oito horas e meia (são 740 quilômetros) e nós chegamos bem cansados, principalmente o Maridinho, que dirigiu (enquanto eu fazia anúncios do nosso expresso terrestre em diversas línguas e oferecia quitutes à nossa tripulação de dois).

Viemos pra ficar. O apartamento em Fabri foi devolvido, a mudança está em um guarda-móveis, e amanhã cedinho começamos a caça ao tesouro, isto é, ao novo lar.

Estamos animadíssimos. As corretoras que nos aguardem.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O Caso das Regras

De vez em quando eu dou uma pipocada nos blogues de moda e maquiagem, que antes me agradavam tanto, para ver se eu estou perdendo alguma coisa. Conclusão: acho que não estou, não. E eventualmente eles são divertidos, juro. É só não levá-los muito a sério.

 
Como dizem, a grande vantagem do capitalismo é que você não é forçado a nada. Tem a pressão psicológica, é claro, mas é sempre possível optar por dar um passinho atrás e dizer não, obrigada. No meu caso, eu parei de ler revistas femininas. E agora que não sei mais quais são os lançamentos, as tendências e os tem-de-ter, isso não me preocupa mais, nem um pouquinho.
 
Ah, mas tem uma coisinha que me incomodou nos blogues, sim: os como-usar, os certo-e-errado. Tem regras que fazem sentido, como circular à direita nas estradas. E tem outras que são pura chatice. E daí se a pessoa quiser usar oncinha da cabeça aos pés? Ou sair igual a um soldadinho de chumbo? Ou usar batom azul? (Todo mundo sempre achou um horror, mas parece que agora é "tendencinha".) Fica um monte de gente dizendo que você pode usar sua aparência para se expressar, mas ai da coitadinha que sair fora das regras. Vai aparecer na lista das mais mal-vestidas ou ser indicada para um programa de antes e depois.
 
Eu sei, é o mercado. Se todo mundo puder se vestir do jeito que quiser, e não ligar a mínima para as novidades da estação, como convencer as pessoas a comprar mais um sapato/mais uma bolsa/mais uma roupa/mais um perfume? O sapato/bolsa/roupa/perfume teria de ser realmente espetacular/útil/confortável. E isso daria muito trabalho.

domingo, 22 de agosto de 2010

O Caso da Sapatada

Para meu completo horror, descobri que tenho mais de vinte pares de sapatos. E olha que passei adiante vários nos últimos tempos, e resisti a comprar outros tantos.

O problema é a variedade. Tem os de festa, os de trabalho, os de viagem, as sandálias, os tênis, as botas. Tem os de salto, que tenho me recusado a usar, mas que também não vou jogar fora, porque e se eu precisar deles depois? (Para fazer uma instalação pós-moderna ou enfiar no olho de um marciano, por exemplo. Vai saber. Eu não jogo nem pedaço de barbante fora, gente).

Mas não há de ser nada. Com o tempo vou me livrando dos sapatos que eu não uso, e a quantidade vai diminuindo.

Porque agora eu tenho duas regras: um, só entra um sapato novo no meu guarda-roupa se ele for confortável; dois, só entra um sapato novo no meu guarda-roupa se um antigo sair.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O Caso das Unhas

Olha, eu acho que unhas feitas são lindas. Mas também acho que não faz sentido elas serem uma exigência em entrevistas de emprego ou contato com o público (para as mulheres, claro). Porque unhas não influem em nada na competência ou na eficácia da profissional.

 
O que não quer dizer que eu defenda as unhas compridas e sujas. Higiene pessoal, né? Se para os moços unhas curtinhas e limpas está bom, acho que para as moças está também.
 
Eu entendo que a gente esteja acostumado a ver, na televisão e nas revistas, representações de mulheres de sucesso com unhonas esmaltadas (de preferência em cores escuras, que dão mais trabalho ainda, já que qualquer lasquinha aparece). Mas, puxa, é uma daquelas coisas que não fazem sentido. É mais uma das exigências em relação à aparência das mulheres.
 
Então é isso: eu não faço as unhas, e também não ligo a mínima se fazem ou não.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O Caso das Partidas

Quando terminei o segundo grau e as faculdades, me lembro de ter visto colegas chorando e se descabelando no baile. Eu não derramei uma mísera lágrima. Imaginei que eles tinham  aproveitado essas épocas muito mais que eu, porque afinal estavam se rasgando todos pelo fim de uma era. 

 
Agora estou desconfiando que a questão é outra. Vou deixar a cidade depois de seis anos felicíssimos e produtivos. Ninguém do trabalho se adaptou tão bem. Aprendi muito, viajei muito, casamentei (tem algum verbo equivalente a namorar depois que a gente casa?) muito. Morei em um apartamento ótimo, tive amigos ótimos e um ambiente de trabalho ótimo. Daqui a pouco vamos embora e... vocês acham que estou choramingando pelos cantos? Eu não!
 

Acho que a questão é que eu não tenho coração mesmo.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O Caso do Dilema Habitacional 3

Usamos todos os nossos contatos em Brasília, fizemos um monte de interurbanos e passamos horas deduzindo o tamanho do apartamento a partir do número de lajotas e azulejos. No fim da história, consegui que uma prima amigona prometesse dar dar uma olhada no apêzinho que eu estou namorando. Se ela aprovasse, a gente pagava um pedaço do aluguel para reservar até o fim do mês. Belezinha.

Aí a corretora manda e-mail avisando que apareceu um interessado por lá e que vai fechar com ele. Fiquei com a nítida impressão que ela esteve me enrolando por causa desse interessado. Pedi várias vezes os dados da conta bancária para fazer a reserva (o Maridinho queria depositar imediatamente) e ela não deu.

Mas ó, nem fiquei chateada. Escolher entre apartamentos variados não é bem um problema, né? É mais uma solução. Pode dar um trabalhinho e envolver a contagem de muitos azulejos em fotos de baixa definição, mas problema é não ter onde morar.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O Caso do Dilema Habitacional 2

Esqueci de falar no último post: a minha defesa do apartamento pequetito não é simplesmente uma questão de poupancismo. Trata-se de toda uma concepção de vida (hoho). É que ultimamente tenho pensado muito na questão do consumo desnecessário.

 

Um apê maior significa significa mais conforto, mas também mais móveis e mais espaço para limpar, conservar e decorar. E será que a diferença de conforto é tanta assim? Eu e o Maridinho somos só dois. Não temos filhos nem animais de estimação. Se a gente quiser ficar sozinho para ler ou emburrar, dois quartos resolvem o problema.

 

Com poucos armários, não vou ficar acumulando objetos. Pensarei dez vezes antes de comprar itens novos (e olha que eu já penso nove). Se os móveis do apartamento atual não couberem no apartamento novo, gente precisando é o que não falta.

 

E tem outra: estou confiando que em Brasília vamos ficar menos caseiros. Porque lá tem  parque, biblioteca, cinema, restaurante, show. Um novo e maravilhoso mundo fora de casa! Acho que a irmã I. nem vai ter mais razão para nos chamar de camisolões.  

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O Caso do Dilema Habitacional

(Ah, não morri. Estou tomando anti-alérgico, anti-inflamatório e antibiótico, e estou quase jóia.)

 
Eu e Maridinho estamos namorando apartamentos em Brasília pela internet. Já decidimos que queremos morar no começo das asas, para ficar perto do local de trabalho. Depois de muito olhar, percebemos que nós nos dividimos em dois times: eu quero um apartamento de dois quartos, simplezinho, que custa duas vezes o que pagamos aqui. O Maridinho quer um apartamento de três quartos, arrumado, que custa três vezes o que pagamos aqui.
 
Eu argumento que nosso apartamento atual, de cento e poucos metros quadrados, é grande pra nós. Ele argumenta que apartamento pequeno como o que eu quero não tem armários suficientes para guardar os nossos pertences.
 
Eu acho que pagar menos é melhor. Ele acha que vai começar a trabalhar em setembro e a nossa renda vai aumentar.
 
O Maridinho não se importa muito com acabamentos: ele quer é espaço. Eu não me importo muito com espaço: eu quero é economia. Então, se a gente encontrasse um apartamento de três quartos, simplezinho, que custasse duas vezes e meio o que pagamos aqui, estaríamos os dois satisfeitos.
 
Mas é claro que não existe, né?  

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O Caso da Virose

Dodói há 48 horas.

Garganta dói, corpo dói, engolir dói, tossir dói.

Emburrada, mal-humorada, cansada e descabelada.

Tomando três remédios diferentes e lavando as vias respiratórias com soro fisiológico.

E sabe aquela canção do Balão Mágico "Ai, meu nariz (ele parece muito mais um chafariz)"?

Música-tema.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O Caso do Substituto

Eu adorava maquiagem. Adorava mesmo. E gostava de moda também. Só que comecei a achar que maquiagem e moda, embora neutros em sua existência, estavam sendo usados para reforçar a preocupação do mundo com a aparência da mulher, com resultados adversos para ela (e para mim). Aí abri mão deles.

 
Mas sou uma pessoinha visual. Gosto de cores, formas e texturas. E estou aqui matutando como é que eu posso usar esse gosto e o prazer que ele gera quando exercitado de uma maneira diferente, produtiva e não necessariamente ligada ao consumo.
 
Acho que vou desenterrar meus lápis de cor.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O Caso do Chocolatismo

Minha paixão pelo chocolate se perde no tempo. Nem sei quando provei pela primeira vez, mas deve ter sido bem novinha, já que brigadeiro nunca faltou nas festinhas lá de casa. Fora isso, minha mãe nunca achou que doce era coisa de todo dia. O que só serviu, é claro, para aumentar a atração do chocolate.
 
Maridinho me conquistou com muito carinho... e chocolate. Em quase todos os encontros, ele tinha uma barra ou uma caixa na manga. E não achava que chocolate devia ser consumido em rações escalonadas, não. Ah, que  alegria.
 
Para mim, chocolate funciona em momentos de tristeza, em momentos de alegria, quando estou doente (ajuda a recuperar as forças!), acompanhando um livro ou um filme, em viagens, no trabalho, de noite ou de dia.
 
Hoje eu como chocolate quase diariamente. Mas pouquinho, né? Não é um tablete de cada vez (infelizmente. Chocolate tem um defeito: depois das primeiras 100 gramas, ele perde um pouco a graça). Minha saúde é ótima e meu peso também.
 
Recomendo.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

O Caso do Apartamento em Brasília, Segunda Parte

Fiquei torcendo para uma coisa muito boa acontecer com o meu rival de apartamento, mas no fim das contas ele não tinha é fiador. Então em tese o apêzinho simpático ficou disponível (pelo menos por algumas horas), mas Maridinho e eu caímos em nós e percebemos que estávamos num desespero injustificado pra arrumar lugar pra morar em Brasília. E que mandar amigos e parentes olharem apartamentos pra gente e tirarem medidas não é mesma coisa de irmos pessoalmente.

 
Então decidimos respirar fundo e segurar a onda. Quando o chefe me liberar aqui, o que não deve demorar muito, a gente pega o carro e vai pra Capital. E visita os apartamentos e conhece as quadras e analisa o trânsito com toda calma do mundo.
 
E se quando chegarmos lá todas as opções legais tiverem sido alugadas, tô nem aí. Me contaram que existe uma coisa chamada tinta para azulejos.
 

Não restará pedra sobre pedra. Ou banheiro amarelo sobre cozinha florida.