terça-feira, 10 de agosto de 2021

Os meus cabelos brancos

Parece que, com a pandemia, e consequente dificuldade de ir ao salão de beleza - ou com a reordenação das prioridades, sendo que pintar o cabelo não está não está no alto da lista - os cabelos brancos ganharam força entre as mulheres. 

Acho ótimo. Não tenho muitos fios brancos, mas tenho alguns. Como nunca pintei depois que eles começaram a aparecer, não tive que passar pela transição. Acho que eles funcionam como luzes prateadas. Não é ótimo?  

Exceto que não é bem assim. Agora que tenho 45 anos, entendo melhor alguns "tabus" e "tradições", do tipo "quem tem mais de quarenta deve usar cabelo curto". No meu caso, tenho menos cabelo do que tinha antes, e ele é mais fino e mais claro também. Os fios brancos são espetados e rebeldes. Os que têm cor são opacos e rebeldes. 

Comprei uns xampus diferentes, passei uns óleos. Melhorou, mas não ficou como antes. Porque antes eles eram cabelos xóvens! Espessos, lustrosos, resistentes. 

E agora eles não são mais assim. 

O diabo é que, em muitos lugares (sendo o Brasil um dos principais), é importantíssimo para as mulheres parecerem jovens (e belas). O que é muito irritante. 

Mas, à medida em que mais mulheres forem deixando os cabelos brancos, é bem possível que as pessoas se acostumem com isso (como na Europa). Ainda que eles sejam mais fininhos e menos brilhantes do que eram antes. 

É só não acabar a pandemia e todo mundo ir correndo pro salão. 

8 comentários:

  1. oi Lud,

    Eu comecei a pintar os cabelos com uns 45 anos. Eu nem tinha tanto cabelo branco, mas já aparecia na lateral da cabeça. Que arrependimento, depois de uns 3 anos eu queria parar de pintar mas a faixa listrada que ficava em cima da cabeça ficava muito visível. Aproveitei os primeiros meses da pandemia e parei de vez. Demorou quase um ano para sair tudo, o meu cabelo é pelo ombro. Realmente o cabelo branco tem uma textura diferente, mas o meu cabelo nunca foi lá essas coisas, então não acho ele tão ruim assim. Mas eu sei que tem gente que acha muito feio - minha irmã e minha cunhada, inclusive, já me disseram que achavam horroroso. As duas feministas de carteirinha. Mas eu estou muito satisfeita de não ter aquela "obrigação" de passar tonalizante a cada mês. Não sei se pareço mais velha mesmo, porque o meu cabelo é escuro e eu pintava de castanho médio e ficava muito carregado (ficar loira estava completamente fora dos planos). Essa coisa de não pintar o cabelo mexe com aquela questão de ser um objeto para apreciação alheia. Do tipo, como é que ela tem coragem de não se importar em parecer velha e feia? Mas que abuso é esse? Eu já tentei explicar isso, que o parecer mais ou menos velha por causa do cabelo tem muito mais a ver com o olhar de quem vê do que com o cabelo em si, mas não tive muito sucesso. Afinal, eu tenho 51 anos, com cabelo grisalho ou pintado de castanho, e as mulheres de 51 anos tem, em sua maioria, cabelo grisalho. Enfim, não me vejo pintando o cabelo nunca mais.

    Abraço,
    Daniela

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    1. Daniela, que bom que você não se vê pintando o cabelo nunca mais. Pensa só na economia de tempo, dinheiro e energia! Eu pretendo não começar nunca. Concordo que tem tudo a ver com o "parecer velha e feia" - que audácia, você mulher não se importar com o que acham de sua aparência!

      Interessante a sua irmã e a sua cunhada te cobrarem isso. É difícil desprogramar o olhar, porque somos bombardeadas o tempo todo com imagens irreais. Mas vamos que vamos. Quem sabe elas não serão as próximas?

      No fim das contas, é o que você falou: tenho 45 anos, com cabelo pintado ou não (assim como tenho menos de um metro e sessenta, com licença - não é salto que vai mudar isso, e ser baixa não é falha de caráter).

      Abraços!

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    2. oi Lud, na real elas disseram que achavam feio quando eu comentei que queria parar de pintar (eu não tinha perguntado). Depois acho que não tiveram coragem de comentar nada. Devem achar feio, mas eu não tenho nada a ver com isso. O negócio é não começar mesmo, porque com uma ou duas camadas de tonalizante, até se consegue tirar com uns produtos (dekapcolor, acho que é o nome), mas com um ano de aplicações mensais, não sai mesmo, só fica um pouco mais claro. Eu fiz isso, apliquei umas 2 vezes para clarear a diferença mais perto da raiz, assim a diferença ficou mais suave. Mas estraga muito o cabelo. Enfim, fiquei muito feliz de me livrar dessa função toda.

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    3. ah, eu não queria cortar, uso muito cabelo preso e acho que o meu cabelo curto acaba dando mais trabalho porque tem que cortar com frequência e fica todo espetado.

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    4. Ah, entendi. Legal que elas guardam a opinião pra elas, rs. Minha irmã mais velha tem cabelo cacheado com bastante branco - acho lindo e digo sempre.

      Sim, melhor é não começar!

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  2. Oi, Lud!

    Nossa, verdade! O que é essa textura do cabelo branco?? Meu cabelo é cacheado e os estes fios destoam muito!!

    Maaaaas, se AP (antes da pandemia) eu já não estava ligando, DP (durante a pandemia), não estou ligando duas vezes! XD Inclusive, estou cogitando passar máquina de novo porque, como voltei a trabalhar 100% presencial, eu lavo o cabelo TODOS OS DIAS E MEU DEUS QUEM AGUENTA ISSO???

    Realmente, eu não tenho mais paciência pra cuidar de cabelo. Acho lindo cabelão, mas ultimamente só penso no trabalho e gasto que é manter.

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    1. Andrea, passar máquina? Que massa! Isso sim é praticidade.

      Fico torcendo para, no futuro, morar em um país em que as pessoas não fiquem julgando a aparência alheia. Quem sabe adoto a máquina também?

      Abraços!

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    2. Só pra constar, eu também ainda não tive coragem de raspar a cabeça (acho o formato da minha feio; vá entender, hahaha), mas passei o menor pente e ficou beeeem curtinho. Te digo que é um alívio!!

      Eu tenho cabelo cacheado, o que já demanda um bom tempo e investimento pra cuidar, mas o pingo d'água foi quando eu me dei conta que estava me vigiando como dormia pra não amassar o cabelo. Foi demais, sabe?

      Começou com eu indo num salão pra fazer um corte; a pessoa (nem chamo de cabeleireira) me deixou parecendo o Pica-Pau, aí eu cheguei em casa e falei pro meu pai (!): passa máquina!! Como ele já cortava o dele, fez quase o mesmo no meu, hahaha. Fiquei bonita? Não fiquei, mas eu já aceitei que nunca me encaixarei no padrão. E essa aceitação te liberta porque aí você não fica tentando se encaixar e sofrendo por isso.

      Mas sim, também gostaria de morar em um lugar onde as pessoas se preocupassem com questões mais importantes do que como outra (principalmente, mulheres) se apresenta.

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