quinta-feira, 11 de junho de 2015

Meu lugar no mundo

Acho que tem gente que dá sorte. Que nasce em lugares que têm tudo a ver com sua personalidade e seu jeito de ser. Todo mundo tem problemas, claro. Mas tenho a impressão de que se as suas características são valorizadas na sociedade em que você vive, seu nível de - conforto? aceitação? bem-estar? - é maior.

No Brasil, eu tenho minhas limitações. Não gosto de carnaval, nem de pagode, nem de televisão, nem de praia, nem de cerveja. Óbvio que o Brasil é muito mais que isso, mas não consigo deixar de pensar que quem curte essas coisas se diverte mais.

E a solução nem é mudar de país (ainda que fosse fácil, né). Uma vez, a irmã I, que estava morando em Frankfurt, disse:  "Não é que eu queira ser alemã. O que eu queria é que meus pais, minhas irmãs, meus amigos tivessem nascido aqui". Quer dizer, você pode até deixar sua terra natal, mas uns pedacinhos seus vão sempre ficar pra trás.

Faz como, então?

Se organiza para passar um tempo aqui e um tempo lá. (Eu sei a que Lina, do Conexão Paris, faz assim.) É fácil? Claro que não. É impossível? Também não.

Tem alguns caminhos. Um deles é arrumar emprego em uma empresa internacional que esteja disposta a te mandar para onde você quer morar. Outro é trabalhar à distância - e aí, em tese, dá pra ir e voltar. E um terceiro, de longuíssimo prazo, é esperar a aposentadoria (e torcer para o dólar não disparar demais).

E não precisa nem dizer, mas digo mesmo assim: se a gente não tiver uma montanha de objetos, nem um custo de vida altíssimo, tudo isso fica menos difícil, né?

O mundo nas mãos.

2 comentários:

  1. Em alguns momentos me sinto assim, talvez por ser introvertida e no Brasil a extroversao ser considerada a personalidade desejavel, nao aprecio grupos grandes, mas sou capaz de ficar horas a fio conversando com uma pessoa.
    Sou daquelas que se esconde em casa no carnaval com livros, comida e netflix enquanto todos ficam com pena de mim, e olha que nasci em Recife! E tambem nao sou muito de praia, acho bonito e tal, mas nao como programa para passar uma manha inteira. O resultado eh que me sinto muito deslocada em varios dos prazeres populares, sou sempre a chata que nao se diverte na festa.
    Por enquanto o plano de viver em um lugar tranquilo fica para a aposentadoria, se bem que Brasilia ja eh bem mais calma que Recife, hehehe.
    Beijao

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    1. Concordo, Ilka. E tenho a impressão que os extrovertidos, além de mais valorizados, são a maioria. Mas talvez eles sejam só mais "visíveis", porque adoram se reunir em massa (nas festas, nos shows, nos carnavais), enquanto nós introvertidos preferimos ficar separados (cada um na sua casa, rs. Ou em pequenos grupos).
      Beijos

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