domingo, 13 de setembro de 2015

O discurso e a prática (da simplicidade)

Voltei do sabático decidida a continuar vivendo com menos. Menos posses, menos despesas. Menos manutenção, menos preocupação. Mais tempo, mais tranquilidade.

E rolou um choque de realidade, confesso. Continuo achando que não ter carro é uma boa, mas não é a melhor coisa do mundo quando você acaba de chegar a uma cidade e tem de visitar apartamentos para alugar, comprar mobília, botar chip no telefone, ir trabalhar. Tudo isso num calor de 35 graus e num sol de matar. E olha que uma amiga não só nos hospedou quanto nos emprestou o carro dela um montão de vezes.

Ainda assim, tivemos nossos desentendimentos com ônibus que demoravam muito a passar (depois de 50 minutos, desistimos de esperar) e com um circular cujo motorista esqueceu de mudar a direção no painel (e eu fui pro lado errado, claro). Acabamos pegando táxi algumas vezes, o que já era parte do plano, mas ficamos um pouco frustrados, porque queríamos mesmo usar o transporte público.

E aí veio o apartamento. Queríamos um apê menor do que o que tínhamos antes, com um aluguel mais baixo, com o condomínio idem. Obviamente, isso significa menos espaço, menos luxo e prédios mais simples. Visitamos apartamentos nos quais não cabia uma cama de casal no quarto (juro!), ou então só encostada na parede e debaixo da janela. E tem as cozinhas e banheiros antigões, reformados nos anos 80 e - tcharam! - sem janela. E as eternas "dependências completas de empregada", que são medonhas - e inúteis. Se eu contratar uma faxineira, ela vai usar o banheiro da casa, uai.

Demos a sorte (e o esforço - foram semanas nos sites de apartamentos, gente) de encontrar algo dentro das nossas especificações, do nosso orçamento E que não fosse medonho. O prédio não tem porteiro, nem elevador. Seus corredores bem que mereciam mais uma camada de tinta. Mas o apartamento está todo reformado, tem luz natural em todos os cômodos (pois é, isso não é regra em Brasília) e veio mobiliado: cozinha montada, cama, sofá, tevê. E fica numa quadra ótima.

Vou falar a verdade, com a mão no coração: durante o processo, teve hora que deu vontade de chutar o balde e ir visitar apartamentos lindos e caros. E entrar numa concessionária e comprar um carro (usado, claro). Mas respirei fundo e continuei com o plano. Não dá pra mudar de ideia diante dos primeiros obstáculos. Lidar com as frustrações, isso é ser adulto, né.

* * *

E não acho que simplicidade tenha que ser sinônimo de desconforto. Os móveis do apartamento, por exemplo. Seriam bons para uma temporada curta. No entanto, já que eu vou ficar muito tempo aqui, quero, sim, ficar bem-acomodada. Já basta ter de trabalhar todo dia (o que é assunto para outro post). Então vamos comprar uma cama excelente (já compramos, aliás). E um sofá maior e mais macio. E uma mesa grande, boa para estudar. E cadeiras mais ergonômicas.

Em resumo: tudo em equilíbrio. Apartamento pequeno, sim. E arrumado E gostoso de morar E pronto para receber os amigos (pufes ou tamboretes empilháveis?).

4 comentários:

  1. Já que você perguntou...pufes! Dá vontade de afundar e não sair mais. :)

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    1. Eu comprei um pufe. Mas ele é um pufe baú e bem durinho, rs.

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  2. Oi Lud, q bom te "reencontrar"..rsrs. Sempre acompanhava vc no Minimalizo e hj dei uma passadinha por aí..rs. Menina, como as coisas mudam: antes eu tava numa vibe de viajar, curtir a vida, tomar meus bons drinks e gastar menos com coisas e mais com experiências de consumo. Mas aconteceu q depois de 15 anos de relação e 35 de vida, virei mamãe. E meu espírito aventureiro arrefeceu MUITO. Tipo, eu era daquelas de fazer mochilão e hoje só quero saber de coisas de casa e de criança. Decidi sair do meu apt de 100 mts pra um maior ( casa com criança encolhe muito, não sei o q acontece, parece q falta espaço) e encarar um financiamento, reforma, decoração., etc... Tudo isso pq eu agora quero prédio com piscina, salão de festas maior, quartos grandes, sofazão. Quero ficar em casa, cozinhar, brincar de massinha, assistir desenho. E quero um ambiente o mais lindo e confortável possível. Será q deixei o minimalismo meu Deus?!
    Sei lá... continuo cagando pra grifes deroupas, continuo sem comprar muito e vira e mexe destralho tudo. Mas agora ando mais caseira e querendo ter coisinhas pra o meu prazer.

    bj

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    1. Eu acho que cada fase da vida é diferente, né? Entendo você estar agora mais interessada em casa e conforto. Mas acho que o minimalismo deixa aprendizados eternos, que ficam com a gente, rs. Eles aparecem toda vez que você pensa duas vezes antes de fazer uma compra, na hora do destralhe, quando você adquire um sofazão - mas não dois...

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