Faz muito tempo que eu me interesso pela possibilidade de ser nômade digital. Que é basicamente trabalhar a distância e sair pelo mundo, já que não precisa bater cartão no mesmo ponto físico todo dia.
Ou seja, pode optar por uma cidade interessante com custo de vida baixo, conhecer um monte de lugares, pessoas e culturas, passar seis meses com vista para o mar e outros seis com vista para a montanha. As desvantagens? São o outro lado da moeda: o nômade, como o próprio nome diz, não tem morada fixa, não sabe onde vai estar dali a um ano e tem de encarar as saudades e a falta de convivência com a família e os amigos.
A vantagem é que a pessoinha tem liberdade para morar onde quiser, pelo tempo que quiser.
Ou seja, pode optar por uma cidade interessante com custo de vida baixo, conhecer um monte de lugares, pessoas e culturas, passar seis meses com vista para o mar e outros seis com vista para a montanha. As desvantagens? São o outro lado da moeda: o nômade, como o próprio nome diz, não tem morada fixa, não sabe onde vai estar dali a um ano e tem de encarar as saudades e a falta de convivência com a família e os amigos.
Pelo que sei, a ideia começou com os americanos e muitos deles se instalaram no sudeste asiático, que tem uma boa estrutura e preços baixos.
Se a ideia é pipocar de um lugar que te atrai para um lugar que te atrai mais, não faz sentido montar casa e gastar os tubos transportando um monte de objetos toda vez que trocar de cidade ou país. Além disso, quanto mais baixo for seu custo de vida e quanto menos você consumir, menos horas você tem de gastar fazendo trabalho remunerado.
Nomadismo digital tem muito a ver com simplicidade e minimalismo.
Se a ideia é pipocar de um lugar que te atrai para um lugar que te atrai mais, não faz sentido montar casa e gastar os tubos transportando um monte de objetos toda vez que trocar de cidade ou país. Além disso, quanto mais baixo for seu custo de vida e quanto menos você consumir, menos horas você tem de gastar fazendo trabalho remunerado.
Em suma, não é todo mundo que topa (ou vê vantagem em) ser nômade digital. Os valores de quem adota o nomadismo são diferentes dos da maioria das pessoas que eu conheço (sem julgamento de valor: se não estiver prejudicando os outros, que cada um viva do jeito que achar melhor). Já eu gosto muitíssimo da ideia: acho que ela dá muita liberdade (uma das coisas que a gente mais sentiu falta quando voltou do sabático) e muita diversão.
Quando saímos viajando, pensei em experimentar essa vida.
Comecei a pesquisar e dei de cara com a dura realidade: em geral, nômades digitais trabalham pra caramba. Não tem essa do expediente terminar às 5 da tarde. Quando se é autônomo, antes de começar o trabalho é necessário caçar o trabalho: fazer propostas, buscar empregadores, arrumar frilas. Até fazer seu nome no mercado, se gasta tempo e muitas vezes se trabalha por valores pequenos.
Hoje, os nômades digitais que conheço recomendam que o candidato já saia do Brasil com o trabalho à distância consolidado e uma certa renda garantida, em vez de tentar conseguir isso na estrada, o que pode ser angustiante e demorado. E dar errado.
No meu caso, a habilidade que poderia me dar algum dinheiro seria jornalismo de viagem. Só que viajar por prazer e viajar jornalisticamente é beeeem diferente. Então pensei bem, conversei com o Leo e decidimos que, como a proposta inicial do sabático era passear e se divertir e a gente tinha juntado dinheiro pra isso, era isso que íamos fazer.
De qualquer forma, acho a proposta interessante.
O trabalho remoto já é revolucionário: permite escapar do trânsito, trabalhar nos horários de maior produtividade, receber pelo resultado e não pelas horas sentado no escritório. E aí quem quiser pode morar onde bem entender - seja em uma cidade menor, com custo de vida mais baixo e mais perto da família, seja uma metrópole com muita oferta de cultura e diversão.
Vejo bastante gente querendo sair dos moldes tradicionais do trabalho:
horário fixo, cinco dias por semana, onze meses por ano.
O trabalho remoto já é revolucionário: permite escapar do trânsito, trabalhar nos horários de maior produtividade, receber pelo resultado e não pelas horas sentado no escritório. E aí quem quiser pode morar onde bem entender - seja em uma cidade menor, com custo de vida mais baixo e mais perto da família, seja uma metrópole com muita oferta de cultura e diversão.
Existem alguns nômades digitais brasileiros e vejo muitas dicas interessantes nos blogs deles. No entanto, tem dois aspectos que me deixam incomodada:
1) Vários ganham dinheiro ensinando as pessoas a... serem nômades digitais. É o clássico esquema de pirâmide e uma hora ele vai ruir, porque não vai ter sobrado ninguém interessado em ser nômade digital.
1) Vários ganham dinheiro ensinando as pessoas a... serem nômades digitais. É o clássico esquema de pirâmide e uma hora ele vai ruir, porque não vai ter sobrado ninguém interessado em ser nômade digital.
2) Justamente por ser novidade, o modelo não está consolidado ainda. Funciona agora, mas ninguém sabe como vai ser no futuro. Perguntado a respeito de aposentadoria, um casal responde que são empreendedores e, portanto, não pretendem se aposentar; outro, mais jovem, garante que planeja guardar dinheiro para o futuro, mas até agora só conseguiu fazer isso um ou dois meses.
Estou acompanhando essa novela e aguardo ansiosamente os próximos capítulos.
* * *
Para quem se interessou, alguns blogs de nômades digitais brasileiros:
Lud,
ResponderExcluirJá pensei nisso, mas eu não teria coragem. Tem que ter, realmente, espírito empreendedor é ser bastante desapegado. Além disso, a maioria dos que vi não está nada preocupado com as intempéries da vida (doenças, acidente, morte), e isso tem que entrar na conta apesar de não querermos nunca que aconteçam. Enfim, é realmente uma aventura. Tem que ter fôlego! ;)
Beijos!
Emanuelle, eu acho que sou razoavelmente desapegada, mas não da segurança financeira, rs. E por segurança não se entenda muito dinheiro, mas dinheiro suficiente para uma emergência - e para a aposentadoria. Desconfio que vou trabalhar até bem velhinha, mas é legal ter a opção de parar ou diminuir as horas.
ExcluirBeijos!
Uma coisa q me irrita pessoalmente em alguns nômades digitais famosos é essa parada de "largue essa vida medíocre e realize seus sonhos" "viaje pelo mundo e saiba o q é realmente VIVER", pq torna o próprio desapego material uma questão de status sem um olhar sobre os contextos sociais. Nem todo mundo pode se dar ao luxo de parar de fazer o q "não ama". Tem milhoes de pessoas que PRECISAM desse trabalho "chato" para sustentar suas famílias. Um cara q trabalha como auxiliar de escritório, mora a 30km do trabalho e tem q acordar as 5h p poder pegar o ônibus e trabalhar o dia todo p ganhar pouco, mas só assim se sustentar minimamente não tem muita escolha já q todo um sistema de classes lhe negou acesso a coisas como ótima educação, posses materiais básicas e outros direitos. Me dá um pouco de birra esse papinho de coaching quando vc nasceu com o privilégio de escolha e julga os outros sob a sua ótica social.
ResponderExcluirE Lud, deixando claro q não estou me referindo e seu sabático maravilhoso, mas a essas pessoas q fazem ebooks e vendem esse estilo de vida como a única coisa realmente boa a se fazer sob pena de "ser um cara medíocre q vive atrás de uma mesa de escritório". =)
ExcluirFer, entendi perfeitamente! Eu e o Leo temos consciência de que somos privilegiados. Não é todo mundo que tem essa opção, não.
ExcluirSem falar que realizar seus SONHOS é diferente pra cada um. Tem gente que não gosta de viajar, ué. Tem gente que tem outras prioridades. O discurso que "meu jeito é O jeito" é sempre irritante.