Confesso que, quando fui atrás do meu emprego atual, nem pensei em que ia trabalhar. O importante pra mim era morar no exterior, ponto.
Acabei caindo em uma atividade-meio, o que é meio bizarro, porque geralmente a gente se identifica é com a finalidade da organização, né? Se antes eu financiava o Estado democrático de direito, hoje eu conto tempos de serviço e concedo licenças para as pessoas, algo bem mais limitado.
Não é que eu esteja reclamando. Um ponto positivo é que sou muito mais popular. Ninguém gosta de pagar imposto, mas todo mundo adora afastamentos para tratar de interesses particulares (sem salário, tá, gente) e confirmações de que tem tempo suficiente para aposentar.
E serviço não falta. O tempo passa rapidinho. Quando o estoque de pedidos de momento acaba, sempre tem algum projeto pra desenvolver, como mandar para o arquivo pilhas de documentos que ficaram nos armários ou investigar como é possível transformar processos físicos em digitais.
Só que eu fico cansada. Não bastasse a atividade intensa e minuciosa, trabalho em um vasto salão cheio de pessoas. O que é ótimo para resolver questões de serviço - nem precisa ligar pro coleguinha, é só passar na mesa dele -, mas que também barulhento e confuso.
Chego em casa e só quero silêncio e tranquilidade. Minha vida social foi despachada para os fins de semana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário