terça-feira, 27 de abril de 2010

O Caso da Pequena Mudança

Voltei da Austrália menos radical. Continuo não ligando muito para a aparência, mas não me importo tanto se estou vestindo roupa unissex. Primeiro porque aqui faz um calor danado, e achei besta renegar todos os vestidos e blusas de alça (que não são curtíssimos nem decotadões, só frescos). Segundo porque a crítica à moda/maquiagem vem junto com a crítica ao consumo exagerado, e não faz sentido precisar reformar o guarda-roupa pra pregar o feminismo, né?

Além do mais, não dá pra esconder o fato de que eu sou mulher, seja lá o que isso signifique. Lembro que a uns dois anos tive uma psicóloga picareta que dizia que eu tinha que "desenvolver minha feminilidade". E eu perguntava "Mas o que é feminilidade?". E ela respondia "O que é feminilidade PRA VOCÊ?".

Pois é, acho que ninguém sabe direito. (E se alguém responder que é batom, saia e cor-de-rosa leva uma sapatada. E de sapato macio e sem salto, tá?)

Mas uma coisa eu sei: o fato de ser mulher não é um limite. É um ínicio de possibilidades.

12 comentários:

  1. É a primeira vez que comento, embora já esteja acompanhando o blog há algum tempo. E esse foi o post que eu gostei mais, por conta da frase "mas não me importo tanto se estou vestindo roupa unissex", pois eu acho que, se é para ser independente mesmo, a formação da identidade da mulher não deveria depender da referência ao homem. Por exemplo, usar o que se quer, independente de tal coisa ser tida como feminina ou masculina, sabe?
    Depois do seu blog, descobri que, de certa forma, também sigo um feminismo prático. Procuro usar roupas e sapatos confortáveis (mas adoro um saltinho baixo, desses de 3 cm!), uso pouca maquiagem (rímel e blush às vezes, quando dá vontade), faço as unhas de vez em quando, quando dá tempo e eu estou com disposição. Mas, no meu caso, o negócio é a praticidade mesmo, embora seu blog tenha aberto meus olhos para algumas questões ideológicas. De qualquer forma, tento seguir no caminho "do meio" e, acima de tudo, procuro não pautar as minhas escolhas no que os outros esperam de mim. Ah, sobre a questão da maquiagem no casamento da sua amiga: dado que vc já estava maquiada para o casamento (que eu encaro como uma coisa beeem teatral e, nesse caso, a maquiagem se justifica completamente, já que nos dispomos a participar disso), lavar tudo depois da cerimônia não seria nada prático, não é não? ;-)
    Outra coisa: moro em Brasilia há uns 3 anos e tbm não sou muito fã de filtro solar, mas notei que minhas manchas no rosto cresceram muuito desde que me mudei! O sol aqui não é brincadeira, viu? E o melhor site para ver apto é o wimóveis mesmo!
    Boa sorte!
    (estou repetindo o comentário pois não sei se ele foi enviado mesmo ou se há moderação, tá?)

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  2. Achei legal essa idéia de ser menos radical... Acompanho seu blog há algum tempo e às vezes ficava pensando se essa preocupação em usar apenas coisas unissex também não acaba sendo uma coisa que acaba limitando também... Saias e vestidos, rasteirinhas, acabam sendo muito mais confortáveis em dias de calor que bermuda e tênis, por exemplo.

    Abraços

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  3. Ludmilíssima!
    E eu que hoje estava matutando a manhã toda sobre a forma como se constrói a tal "feminilidade"???
    Bão, não cheguei a uma conclusão, mas desconfio que:
    * concordo muito muito com você!
    * estou organizando os pensamentos para esse comment não virar post, pelo menos aqui na sua casinha virtual;
    * e que mudança pra Brasília seja muito massa!!!


    Beijukka

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  4. Eu acho que só faz sentido o que nos faz mas livres, sabe? Você não tem que se maquiar. Você pode, se quiser. Você não tem que correponder a nada. Mas corresponde quando é mais simples assim. A idéia é se libertar e não aceitar novas imposições só mudando a ideologia, né? Sabe aquela coisa do "não me convide para uma revolução em que eu não possa dançar?". Você pode tudo. Contanto que faça sentido pra você. O sentido deve ser a meta, e só ele.

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  5. Acho as roupas femininas em geral muito mais divertidas. Tecidos mais macios, mil cortes diferentes, estampas mais variadas, calcas longas, capris, bermudas, shorts, saias tambem de todos os tamanhos. Muito mais variedade, so caimos no marasmo se quisermos, e fica mais facil definir nossa individualidade. As vezes fico com pena dos homens que na maioria so vestem calca ou short, camisa de malha, polo ou de colarinho. QUe bom que atualmente as roupas deles tambem estao ficando um pouquinho mais transadas e que podem ter cabelos longos sem necessariamente perderem o respeito no local de trabalho ou sociedade. Eu nao sou feminista mas gosto de igualdade. Nao igualdade exata nos modelitos, mas igualdade de poder de escolha e de liberdade de expressao. Acompanho seu blog ha uns mesesinhos. Gostei muito desse post e dos comentarios que se seguiram. :)

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  6. Ludmilla, acompanho seu blog há um tempao. Cada dia mais interessante suas experiencias. Obrigada por compartilha-las. Tem um selinho para vc lá na minha página.

    Bjo

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  7. concordo! é por isso que eu quero que os meninos usem maquiagem também. porque aí usa quem quer, seja salto, calça, maquiagem, cabelo na perna ou barba! =)

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  8. Lud,

    Esse foi o post que mais gostei. Inclusive achava que essa coisa de usar roupas unissex parecia até pior, pq colocava o homem como algo superior e que quiséssemos ser parecidas com eles, e por isso, vamos nos vestir como eles. Pelo contrário, acho que no quesito roupa, temos a opção da saia, algo que eles não tem, pelo menos no Brasil. Ou seja, ponto para nós!

    No quesito vaidade, eles é quem têm o que conquistar, já que a sociedade não vê muito bem um homem vaidoso.

    Bjs

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  9. Ah, e salto os homens já usam faz tempo (só não é aparente). Conheço alguns homens baixinhos, que usam aqueles sapatos com salto interno, que aumenta uns 5 cm.

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  10. Maridão usa saia quando faz muito calor, tem uns modelos lindos de saia masculina na galeria do rock aqui em São Paulo. Acho lindo. Algumas pessoas na rua olham um pouco achando meio esquisito, mas até aí né...
    Lúcia

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  11. Lud, e os terninhos? Desistiu deles?
    Abs
    Ada

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  12. Bem, AGORA, o meu conceito de roupa de vestir é a confortável, e ponto. E daí que agora estou achando vestidinhos super confortáveis? Desisti de usar roupas piniquentas, apertadas, calorentas só porque são bonitas. Dane-se. Quem quiser ver "gente bonita" que vá ao museu ver pinturas, oras! Eu tenho mais o que fazer.

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