terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Olá, Brasil

Em junho de 2019 embarcamos para as Filipinas e, desde então, não demos as caras no Brasil. O plano do Leo era ficar dez anos fora e só voltar quando eu fosse obrigada (depois desse tempo, preciso trabalhar no Brasil por pelo menos um ano antes de sair de novo). Ele até trouxe a mãe dele para passear aqui em Zurique (em retrospectiva, uma ideia ruim), e queríamos que meus pais viessem também. Mas eles ficaram enrolando, e eu concluí que não ia ter jeito: se eu quisesse vê-los, ia ter de ir visitá-los. Aproveitei que neste janeiro eles vão fazer 50 anos de casamento e marquei as passagens (o Leo relutou, mas foi convencido a ir também). 

Ou seja, são quase quatro anos longe da pátria (marromeno) amada. Estou curiosa e tensa com o reencontro. A sensação é que a situação piorou, e não foi pouco, na minha ausência. Estou otimista com o novo governo, mas acho que vai demorar um tanto para as coisas entrarem nos eixos. 

Dizem que quem mora fora se sente um pouco estrangeiro quando volta. Acho que é verdade, mas não sei bem como vai funcionar comigo. Não é como se eu tivesse emigrado para um outro país: eu emigrei para outroS paísES. Primeiro Filipinas, agora Suíça, e só deus sabe qual será o próximo posto (tenho planos, mas nem Filipinas nem Suíça estava nos planos, então já vi que na minha carreira os planos não adiantam muito). 

Pela lógica, esse fato deveria reafirmar minha identidade brasileira, né? É o fator em comum em todas essas aventuras (passadas e futuras). No entanto, já faz um tempo que não tenho muita paciência com o Brasil. Até fiz concurso para ficar longe dele.

Vamovê como vai ser. 

2 comentários:

  1. Bah Lud, acho que o Brasil piorou muito. Acho que você vai ser estrangeira em qualquer lugar agora. O que, no meu ponto de vista, não é ruim. Eu nao tenho sentimentos de patriotismo. É uma ideia abstrata, essa de nacionalismo. Gostar de pessoas e lugares só pq nasci aqui ou ali, nao faz sentido para mim. O que muda, acho, é a questao da lingua, nao ter que fazer esforço para entender ou falar, no meu caso, que me viro em 3 mas nao tenho fluência em nenhuma. E a comida, né, que sempre tem aquelas coisas que só onde a gente nasceu que tem.

    Boa viagem!

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    1. Dani, concordo com o que você falou sobre nacionalismo. Inclusive porque tem sido tão instrumentalizado (e de maneira horrível).
      A língua realmente não é fácil, ainda mais se é alemão... Agora, comida eu não ligo. Tem chocolate e batata frita em todo lugar =D.

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