quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O Caso das Condições Adversas

Falei que eu não sabia como ia me comportar quando me mudasse para a cidade grande, mas percebi que ando resistindo bem às tentações do consumo. Olha só: a irmã I., que é consultora, está alocada nos States.

Os EUA são tipo assim o paraíso das compras. Lá tem a Sephora, a loja de cosméticos mais completa de todos os tempos; e a Macy's, que tem dez andares de roupas e acessórios e artigos de casa a preços acessíveis ao meu bolsinho; e outlets, pontas-de-estoque que vendem coleções passadas com ótimos descontos. Se eu pedir alguma coisa, a irmã I. traz com a maior boa vontade.

Mas estou me contendo.

* * *

Por outro lado, estou numa orgia de compra de livros que não tem fim. Encomendei todas as Eras do Hobsbawm no Better World (Obs 1: ainda não chegaram; aposto que estão parados com os amiguinhos da Receita Federal. Eu devo ser figurinha marcada na alfândega, porque volta e meia chega um pacotinho meu. Cheio de... livros! Um dia eles vão descobrir que o que eu estou importando ilegalmente são as caixas de papelão, hehe. Obs 2: a observação anterior foi uma piada, tá? Caso alguém tenha ficado na dúvida. A única coisa que eu importo ilegalmente são idéias feministas subversivas. Obs 3: isso também foi uma piada. Obs 4: ou não.). E comprei dois volumes bala de Geografia Mundial e do Brasil. E um Atlas. E uma História do Brasil. E o Casa Grande&Senzala, que me provocou várias emoções contraditórias e que eu acabei dando para o meu pai, que estava de olho nele. E o Raízes do Brasil, que é bem menos empolgante que o CG&S, mas pelo menos não fala que os judeus têm braços atrofiados e dedos como garras pelo manuseio constante do dinheiro. Braços que não servem para trabalhar etc. O que me fez pensar imediatamente no Sr. Burns dos Simpsons. E como boa cristã-nova de quarta geração fiquei indignada pela ofensa aos meus bracinhos. E ontem descobri as obras completas do Machado de Assis em uma superpromoção, e avisei ao Maridinho que seria um ótimo presente de aniversário. Valendo pelos próximos três anos, porque apesar da promoção achei caro pra burro. O pior é que tem tudo do Machadão na rede (menos fotos de nu frontal). Só que eu sou viciada no cheiro de papel novo e só o Machado em papel é que dá para levar pra cama (licença poética, Maridinho).

Então na verdade esse meu fervor anti-consumista é meio fachada, né? Se bem que livros bons não são consumo: são investimento. He.

2 comentários:

  1. primeiro: é impossível comprar qualquer coisa da sephora na roça onde vivo, então não conta. segundo: você sabe que os ítens de primeira necessidade, como chocolates lindt e bolsinhas crossbody, estão indo de presente mesmo. terceiro: a munhequice corre na família, então essa sobriedade toda no consumismo pode ser apenas mão-de-vaquice disfarçada! =)

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  2. Pensa só que você está dando a sua contribuição para a economia! Ué, alguém tem que comprar livros, senão as editoras, distribuidoras, sites na internet e livrarias com sofás falem, né? ;)
    PS: já me candidato a futuros empréstimos.
    PPS: a Isinha volta de novo...

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