segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O Caso do Terno

Acho que todo mundo já ouviu a frase: "Todo homem fica bem de terno". E acho que fica mesmo. É uma roupa sóbria, inteiriça, que cobre o corpo todo e não marca nada. Além disso, o terno tem outras vantagens: é só trocar a gravata e a camisa que o visual se transforma. É adequado para congressos, festas, funerais, empregos formais, restaurantes finos e aparições públicas.

Cadê o meu terno? Cadê a roupa que não exige que eu não esteja depilada e em forma? Cadê o visual próprio para qualquer ocasião, sem frescura de "durante o dia, tecidos leves e cumprimentos acima do joelho" e "durante a noite, brilhos e jóias são permitidos e encorajados"? Cadê as vestes que significam poder, competência e seriedade, que não destacam meus caracteres sexuais secundários, e que mostram que eu levo a sério tanto o trabalho quanto as celebrações?

Não tem. Não me falem que existe terninho feminino ou tailleur, porque não é a mesma coisa. Primeiro porque eles são ajustadinhos no corpo. Depois porque eles existem em muitas cores. Terceiro porque só dá para ir a um casamento noturno de terninho se ele for de um tecido exótico e brilhante. Eu não posso ter quatro ou cinco terninhos em variações de preto e cinza, um monte de camisas, e considerar que é um guarda-roupa completo.

Mas eu posso tentar, certo? Me aguardem.

14 comentários:

  1. Ei Lud!

    Eu uso terninho pra trabalhar. Quando viajo levo 3 e várias blusinhas e vou variando. E não to nem ai se o povo está vendo que está repetido! rs..

    Bjo,

    Chris

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  2. Oi, Lud

    O caso do terno para mim é o seguinte: no meu trabalho o terno masculino não é obrigatório para alguns cargos e é recomendado/obrigatório para outros cargos. Aí rolou, um certo tempo atrás, uma discussão - que eu achei bem tosca - nos seguintes termos: o pessoal sem terno, meio com ciúmes do status que o terno confere ao pessoal engravatado, tentou se mobilizar para torná-lo a vestimenta "oficial" também para eles. Eu achei aquilo tão ridículo, tão sem noção, que foi com imenso alívio que vi o movimento minguar e ser logo esquecido. Porque o que se há para combater é justamente a falta de noção do pessoal de terno que se acha o ó do borogodó e manifesta a distância de "status" das mais variadas formas nas relações interpessoais, todo santo dia. E não abrir mão do direito de ir trabalhar com vestimentas confortáveis! Porque o terno (e nissos os equivalentes femininos levam vantagem) são lindos (concordo, mas não para todo homem, como você falou aqui), mas são quentes. E no país onde moramos, não nos enganemos, muitos não abrem mão do traje nem que estejam mooooortos de calor e desconforto só para garantir que o recado seja dado: tipo "vejam com quem estão falando, uso terno". Alguns homens têm uma auto-estima tão precária, que se escondem atrás do já consagrado visual de bem sucedido para gerarem uma aura de admiração e respeito que, sem a casca, não conseguririam. Então, nem acho que seja bem o caso de se buscar algo como o terno, mas de enxergarmos além dele. Meu marido faz parte da ala dos "recomendados": aboliu. Disse que cansou de ver tratamentos diferenciados a quem se veste assim ou assado. Eu apoio e aplaudo.

    Falei demais, né? Sorry.

    Bj,
    Rita

    p.s. obrigada pelo link! a-do-rei. ;-)

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  3. Oi Ludmilla, cheguei ate aqui pela Lola e estou gostando muito. Como a Chris, eu tambem uso terno para trabalhar. Nao gosto nem desgosto, alias acho bem pratico porque nao tenho que perder tempo pensando ne estou ou nao vestida de acordo com o padrao "business casual". Se voce resolver adotar o terno voce vai ver que ate ai a gente leva desvantagem: os ternos femininos sao beeeeeeem mais caros que os ternos masculinos e na maioria das vezes temos bem menos opcoes de modelos e tecidos. Aqui nos EUA chega-se ao absurdo das lojas nao cobrarem para fazer bainha e demais alteracoes para ternos masculinos e cobrarem pelo mesmo servico quando o terno e feminino. Fica dificil, ne! De qualquer forma, boa sorte.
    Um abraco
    Raquel

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  4. Lud... dá uma olhada nessa notícia.
    Não é de revoltar???
    http://ego.globo.com/Gente/Noticias/0,,MUL1452517-9798,00-DEPILACAO+DJA+ATRIZ+VAI+AO+GLOBO+DE+OURO+COM+PERNA+SUPERCABELUDA.html

    ... Às vezes tenho vergonha de ser jornalista!! O que o povo tem a ver com a perna da mulher?? ...
    É para acabar, viu...
    ps: o que vc achou??
    pps: te mandei um e-mail, vc viu?

    Bjo =**

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  5. Oi, Chris! Você leva 3 ternos para quantos dias de viagem? De que cor? Amassa na mala? Tem de lavar a seco? Conta tudo!

    Oi, Rita! Pode falar muito, sempre!
    Eu concordo com o que você disse a respeito de ver além do terno/das aparências. Mas enquanto o mundo não evolui a esse ponto(e eu estou fazendo a minha parte: me visto da maneira mais simples possível e tento não fazer mais comentários/julgamentos a respeito), eu queria o equivalente do terno para as mulheres, sim. Por ser prático, por NÃO ser sensual ou revelador, por servir para qualquer ocasião formal. Por não exigir toda aquela análise exaustiva que muitas mulheres fazem a se vestir: caiu bem? Valorizou meus pontos fortes e disfarçou os fracos? A cor favorece? O comprimento/tecido/ modelo são adequados? Um cansaço.

    Raquel,
    estou indignada! Como assim, terno feminino custa mais caro E ainda não fazem bainha? Revoltei!

    Setembro,
    é impressionante como corpo feminino é considerado domínio público.
    Vi o seu e-mail, sim! Tô pensando pra responder =).

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  6. E essa coisa de dizer que fulano está bem vestido ao invés de vestido formalmente? Fico possessa, porque pra mim mal vestido é alguém com roupas sujas e rasgadas.
    No Japão o uso da gravata está sendo abolido para economizar energia com ar condicionado, e aqui, com esse calor de 40 graus o povo insiste em usar terno pra ser chamado de doutor no posto de gasolina.

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  7. Oi, Lud. Entendo sua "luta", é válida, sim. É que o contexto molda muito nossa forma de ver as coisas, naturalmente. No meu mundinho no trabalho o terno me remete a muita coisa lamentável. Mas entendo a sua.

    Ashen Lady: exatamente!

    Bjs,
    Rita

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  8. Ah, eu discordo, acho que o nosso terninho é peça chave, assim como o dos homens.

    E se você reparar, eles fazem variações nas gravatas, camisas e cintos... Assim como nós meninas combinamos as blusinhas.

    Nós temos o nosso terninho, e são mais ajustados ao corpo porque, afinal, não somos quadradas como os homens, temos cintura, bumbum, fazer o quê? Se o nosso não for acinturado, a calça vai ficar no osso no quadril, e você não vai querer pagar umbiguinho de fora,vai? eheheheeh

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  9. Eu não concordo muito com o lance do terno, mas entendo porque você é advogada, faz sentido. No meu escritório, os meninos trabalham de jeans, sapato esportivo ou tênis e camiseta. Meu marido só trabalha de jeans e camiseta também. Eu trabalho de um jeito "arrumadinho" não muito formal.

    Esse post me fez me dar conta de que eu nunca reparo como meus colegas estão vestidos. Quer dizer, sei que se vestem dessa maneira "casual", mas a não ser quando alguém está com uma camiseta com uma mensagem cool-engraçadinha, eu não dou bola. Como de mulher só temos eu e a minha chefe (num escritório de 15 pessoas), nela eu reparo. Não pra julgar, mas se você me perguntar como ela estava vestido ontem, é capaz de eu lembrar. Com os caras isso não acontece. E desconfio que, seja o ambiente de trabalho formal ou informal, com os caras isso não aconteça nunca, em lugar algum, a não ser que os estilo ou a falta de aprumo se destaque muito (tipo o cara engordar e continuar usando a mesma camisa, e os botões estarem prestes a estourar).

    Minto! Lembrei que já trabalhei num lugar que a gente notava que o chefe só tinha 2 ternos e duas gravatas. E ia com a mesma camisa dois dias seguidos. Mas acho que é pq o cargo do cara era alto (diretor geral) e o repertório muito limitado mesmo (além das roupas estarem meio velhinhas e desbotadas). Se fosse, sei lá, uns 4 ternos, meia dúzia de camisas e outra meia dúzia de gravatas em bom estado, já ia ser variação o suficiente pra gente não notar.

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  10. Ei Lud!

    Levo três terninhos pra duas semanas, lavo a seco na lavanderia de tempos em tempos.
    Eu conheço uma fábrica aqui em BH que, inclusive, vende terninhos pras reporteres da Globo. São BEM mais em conta que lojas e MUITO bem feitos! Me fala que te passo o contato e o site.
    Bjo,

    Chris

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  11. esqueceu do LBD. que, se for num comprimento bom e não muito justo, pra tudo tá bom. até pra casamento =)

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  12. Ashen Lady,
    morri de rir com o doutor em posto de gasolina. Pura verdade.

    Camilinha,
    é mais ou menos peça-chave, né? Porque você não pode ir de terninho preto num evento de gala, como um casamento ou baile de formatura. Ou repetir o terninho preto em dois ou três eventos sociais na qual as mesmas pessoas estejam presentes, como festinhas ou jantares.
    Quanto às variações, a maior parte dos homens que eu conheço só varia a gravata, e isso fazendo favor!
    Em relação ao corte, a calça tem de ter cintura mais fina, claro, se não vai cair. Mas o paletó precisa mesmo ser tão ajustadinho na cintura e nas costas? Porque aí, se você engorda/emagrece, o terninho não cai tão bem. Uma das vantagens do terno masculino é cobrir tudo e não marcar nada, né?

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  13. Iara,
    justamente: como os homens tem menos opções de roupas, ninguém repara muito neles. Eu disse "cade meu terno?" mas eu poderia ter dito "cadê meu jeans, camiseta e tênis"? Ou seja, a roupa básica fácil de escolher e combinar que não toma meu tempo. Quem fica pronto mais rápido para trabalhar, você ou seu marido? Rsrs.

    Chris,
    you had me at "bem mais em conta". Passa o contato, sim!

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  14. Bela,
    o vestidinho preto até que tenta, mas não consegue ser um básico prático como terno, não. Primeiro que é vestido, e portanto limita certos movimentos. Segundo porque a princípio ele é no joelho ou pouco abaixo, então você tem de estar depilada. Terceiro que, pra valer para diversas ocasiões, tem de trocar os acessórios (principalmente os sapatos) e/ou empilhá-los. Quarto porque ele não é neutro em relação ao gênero 9como o terno é, mais ou menos): ele afirma o tempo todo "sou mulher, sou mulher". E não é que eu não queira ser mulher, mas em certos ambientes, como o de trabalho, acho que o gênero é (ou devia ser) um fator completamente insignificante.

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