terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O Caso da Aparência, Atualização

* Fui a um dos encontros de preparação para o intercâmbio profissional maquiadinha (batom e olheiras escondidas). Ninguém percebeu, comentou ou me tratou de maneira diferente.

* Depois que cortei o cabelo, nas férias, encontrei colegas de trabalho com os quais tenho contato ocasional. Eles me olharam com cara de "alguma coisa está diferente em você, mas eu não sei o que é".

* Reencontrei parentes que não me viam há algum tempo. Eles nem registraram o cabelo curto.

Resumo da ópera: a pessoa que mais se importava com a minha aparência era eu.

10 comentários:

  1. Sabe, eu tô achando muito legal toda sua experiência sua reflexão sobre ela. Tem me feito repensar uma série de coisas. Olha que eu me considero muito consciente sobre como essa indústria da beleza nos manipula, nos faz sentir feias, e tal. E minha experiência com isso sempre foi muito tranqüila, porque basicamente eu faço o que eu curto e só, não me obrigo a fazer coisas que não trazem um prazer agregado. Mas, ainda assim, me pegava colocando algumas coisas no automatismo. Por exemplo, eu adoro cores. Acho divertida e lúdica a experiência de escolher uma cor para os lábios, outra pras unhas. E acho inofensivo, porque não dou importância pra isso, sabe? Não acho "obrigação de mulher", acho só divertido. Daí, te lendo, eu me peguei sem paciência de ir a manicure e mesmo assim marcando hora, no automatismo. E putz, tô cansada, tô sem saco, não vou. Quando eu quiser as unhas coloridas de novo, volto lá, sem crise. E eu sei que ninguém está preocupado com isso. Mas acho realmente que tem uma parcela considerável de mulheres que, mais do que um automatismo, considera uma obrigação. No salão que eu costumo ir, a tolerância pra atrasos é mínima. E já vi gente surtar porque perdeu a hora. Do tipo: "e agora, como eu vou fazer?". Parece que a pessoa chegou com dor de dente, não com esmalte descascado...

    Sobre as coisas que eu não faço e não dou a mínima, saio descabelada na rua, por exemplo. Meu cabelo é volumoso e grosso e fico meio Maria Bethânia, sabe? Uns tempos atrás até entrei numas de tentar arrumar, até me dar conta de que aquilo não me fazia falta e que ninguém dava a mínima mesmo. Fiz progressiva uma vez porque o marido acha bonito meu cabelo liso, mas o que me movia não era o sentimento de inadequação, era só vontade de mudar mesmo. Ele gostou, eu não muito, não fiz mais.

    Então, eu acho engraçadas algumas coisas, algum radicalismo na sua experiência, porque tem coisa que eu nem problematizo, sabe? E talvez devesse. Mas, por outro lado, de uma maneira muito silenciosa, sempre fiz as minhas escolhas, do que eu acho que vale a pena, e do que eu acho que não vale.

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  2. Eu de novo. Dei uma olhada geral no seu blog antigo (oi? falta de vontade de trabalhar?). Daí entendi algumas coisa, porque acho que você realmente se importava bastante com aparência, né? Quer dizer, não tô dizendo "oh, sou superior e não preciso de um experimento radical", mas definitivamente minha experiência é diferente. Já tive fases muito ar"arrumadinhas" e outras muito mais "largadas" meio ao sabor do vento, sem problematizá-las muito, sabe?

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  3. eu achei que o cabelo novo ficou mto, mto diferente. alias qse tive um troco quando vi =D

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  4. EU me importo com a sua aparência SIM: quero ver você sempre feliz! (ah, e o cabelo ficou ótimo) =)

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  5. Iara, eu também amo cores.
    Eu acho que me preocupava muito com a aparência. E com umas leituras feministas veio a luz: opa, não sou enfeite. Não preciso. Ando bem feliz e, como já falei no blogue, agora que eu não fico dissecando meu reflexo no espelho em busca de defeitos, estou tranqüila e sossegada e achando minha aparência, além de menos importante em minha vida, muito agradável!
    Que bom que o meu blogue te deu uma força na hora de não ir à manicure, se você estava sem paciência.
    Beijos!

    Isa, você precisa ver ao vivo!

    Dani, feliz é o que há! Obrigada!

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  6. Lud e mulherada:

    com ou sem esmalte, de cabelo em pé ou lambido, de chinelo ou salto: um super final de ano e um 2010 cheio de girl power pra todo mundo!

    beijos!
    rita

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  7. ta de ferias? num escreve mais? =)

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  8. Eu chego a conclusão que ou você não tem mãe ou mora muito longe dela.
    Pois, no meu caso, acredite se quiser, o maior empecilho na minha jornada a "mim mesma" é a minha mãe.

    Por Deus, essa mulher me deixa doida. Fica falando como eu to feia, como eu não me cuido e, obviamente, eu não me amo, pois se eu me amasse eu me cuidaria, eu teria tesão por mim mesma e me encheria de maquiagem para mostrar ao mundo como eu sou gostosa.

    Cheguei na casa dos meus pais há 3 dias e meu pai mandou a minha mãe me pedir para jogar fora a saia que eu estava usando. Há anos eu uso saias mais longas pq quero ficar a vontade (altura do joelho), pq quero poder me sentar confortavelmente e não quero ficar chamando a atenção de homens para as minhas pernas. Mas até para o meu pai eu deveria estar exibindo todos os meus atributos físicos ao mundo.

    E uma mulher que não atrai (ou tenta atrair) olhares para si não é bem uma mulher né?

    Mas não, eu continuo não usando maquiagem e indo a manicure toda semana e também não me depilo obsessivamente (de vez em qdo, qdo dá na telha). Ninguém em geral repara, mas a minha mãe fez questão até de mostrar uma foto 3x4 que ela guardou minha e eu tava maquiada e ficou repetindo como eu era bonita, como eu era vaidosa, como eu me cuidava mais.

    Desculpa o comment imenso, mas eu to mto irritada com esses comentários... E como vc tocou no assunto, bem... Foi aqui mesmo!

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  9. Será que as pessoas não comentaram nada por estarem constrangidas por não ter ficado legal?

    Acho estranho tu ter tanto orgulho de parecer um menininho, acho muito estranho mesmo, não sou uma perua como tu descreve em alguns momentos, mas sou mulher e gosto que percebam que eu sou mulher e sério.. eu não acho que eu seja anormal, fresca ou futil por isso!

    Quando comecei a te ler, achei que você era complexada, e que preferia se sentir feia já que te achavam, tipo "vou dar motivo, já que tanto falam" Mas eu estou impressionada com tua auto estima e segurança.

    Esse comentário pode parecer uma crítica, mas de verdade não é.. eu estou surpresa por existirem mulheres tão bem resolvidas como você, do jeito que você é.. pelo menos aparenta ser.

    Parabéns pelo blog, certas vezes me pareceu ser bastante over, mas na verdade é muito, muito interessante.

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  10. Só completando, eu não acho que ser feminista é parecer com um homem, ser confundida com um homem e achar muito legal... Isso seria justamente o oposto de ser feminista: " Adoração exagerada ao ser masculino" Só que de uma forma diferente de expressa-la.

    Eu realmente quero entender teu ponto de vista, porque eu interpreto esse tipo de comportamento como machista, desvalorizando assim a mulher delicada, sim delicada, porque delicadeza pra mim não é só ter a voz fina (?) delicadeza pra mim se define no ser feminino, e no que ele expressa no corpo, na unha bem cuidada, na roupa, que não precisa ser a mais cara ou a da grife da moda, mas a roupa bem cuidada de um make, não pra parecer uma drag queen, mas pra corrigir as olheiraas de dias de cansaço cuidando dos filhos, trabalhando, cuidando da casa, das convenções sociais... Por que.. nós mulheres.. temos que virar homens pra ser legal? Por que a gente precisa parar de se depilar , cortar o cabelo, usar terno = VIRAR UM QUASE MENININHO, pra ficar legal???

    Eu não entendo isso.. Por que eu me coloco no meio termo.. eu não sou preciso ser uma "perua" pra ser feliz.. mas acho válido ir pra academia, fazer as unhas... cuidar do meu cabelo, longo! Ou que fosse curto.. mas cuidaria...

    Porém não me obrigo a usar a bolsa mais cara ou o sapato mais cool... Será que o equilíbrio não seria mais saudável?

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