sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O Caso da Volta à Infância

Ando me lembrando de um tempo ótimo de minha vida em que também tive cabelos curtinhos: a infância.

Acho que fui muito feliz até os 8 anos, quando me tiraram de um colégio alegre e colorido e me colocaram em um cheio de regras e probições. Esse não foi o problema (eu sempre gostei de seguir as regras e ser uma boa menina - minhas irmãs me chamavam de “sistema”, lembram?). O problema é que ninguém me contava as malditas regras, e os coleguinhas malvados da segunda série – é com você mesmo que eu estou falando, Juliana N. – riam de mim toda vez que eu fazia alguma coisa “errada” (como chamar a professora de “tia”, escrever em duas linhas no caderno, não saber fazer polichinelo ou cantar o hino da bandeira), ao invés de me falar o que era “certo”. Solidariedade zero.

Na época eu era uma criança muito séria e digna e ficava desesperada quando riam de mim. O resultado é que virei uma aluna retraída e sem amigos, que passava o recreio lendo livros que eu trocava diariamente na biblioteca. O que foi muito bom para minha formação cultural, mas péssimo para minha vida social.

Mas eu divago. O que eu queria dizer é que, quando criança, eu tinha cabelos curtinhos e vários shorts idem que eu adorava. Eu nunca tive muita coordenação motora, mas amava correr e pular (o resultado sendo que eu estava sempre cheia de manchas roxas). Os shorts me davam mobilidade total.

Lá pelos 12 anos meu cabelo tinha crescido até o ombro. Minha mãe e minhas tias decidiram que eu já era mocinha e passaram a me obrigar a usar umas roupas ridículas para ir a eventos. Me lembro especialmente de um conjunto listrado de amarelo e preto. A saia era justa e curta e de malha. Eu a odiava. Com saia justa e curta não dá pra correr e pular, ou sentar no chão, ou ficar de perna aberta. E como eu era uma tábua, também não vi vantagem estética alguma no modelito.

Talvez, se eu tivesse tido um irmão, eu teria percebido a diferença de tratamento e chorado e rangido os dentes: “por que o Joselito pode usar short e eu não?”. Mas eu não tive irmão. Então me conformei com a roupa de abelhinha e a bolsa a tiracolo (essa minha mãe levou anos para me convencer a usar. Mas conseguiu.)

Onde eu queria chegar mesmo? Ah, é. Agora que sou adulta, posso retomar (quase) tudo de legal do tempo de criança!

Posso ter cabelo curto e usar shorts e abandonar a bolsa. Posso correr e pular. Posso não usar saltos, nunca (saltos atrapalham muito as corridas e os pulos). Posso dançar freneticamente na sala.

Sem perder as vantagens de estar crescida e madura. Por exemplo: hoje, se alguém ri de mim, eu rio de volta. Ou os ignoro do alto de minha superioridade. Ou digo que o Leo vai bater neles (fica esperta, Juliana N.!) E tenho salário, então posso comprar um monte de chocolate, um montão mesmo.

9 comentários:

  1. É, Juliana N., fica esperta!

    Aff, Lud, sou obrigada a linkar teu blog. Tá lá.

    Bjs
    Rita

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  2. =)
    A gente era meio besta quando adolescente. Mas agora que crescemos, ficamos espertas!

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  3. haha há controvérsias =D eu não fui uma criança feliz, NEM uma adolescente feliz, mas depois que inventaram o hidraloe e a engenharia tudo ficou mais bacana =)
    (ps: dançar na sala bomba)

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  4. que fofa essa recordacao. lembro que passei por coisas similares. Mas eu tive um irmao e isso nao ajudou a evitar o enbonecamento, sabe. Mas ele fazia o papel do Leo: ninguem ria de mim ou eu chamava meu irmaozao pra me defender!

    Adoro seu blog

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  5. Olá! Entrei no seu blog ultra por acaso. Estava num momento tipo "quero ver a europa no outono agora", daí procurei fotos na internet e achei uma que estava no seu blog anterior. O post dizia que vocês estavam indo pra europa no outono, e que se dessem sorte veriam a europa daquele jeito. E aí? Viram mesmo? Depois fui lendo alguns posts e adorei o blog. Vou colocar link pra passar por aqui sempre. Beijo!

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  6. Oi, Rita!
    Retribuo a gentileza: adoro suas reflexões sobre escolhas e carreira!
    Tá aqui.

    Dani,
    espertíssimas!

    Bela,
    Pelo menos você teve grupo de jooovens!

    Ana Flavia,
    brigada!
    Sabe que eu defendia minha irmã também? É, eu mordia os coleguinhas mala que chateavam. Mas só até os meus cinco, seis aninhos.
    Talvez seja uma habilidade que valha a pena ressuscitar =D.

    Nardele,
    ih, vimos nada! Pegamos neve. Mas também viajamos no começo de dezembro, quase inverno. Acho que quem vai sem setembro/outubro é que pega as paisagens coloridas!

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  7. Ei Lud!

    Aqui fala sua companheira de colegio traumatizante! E pra mim foi pior! Porque peguei a turma da Dani, com aquela insuportável Luciana P. Com nariz de porco e depois da minha bombinha fui pra sua turma, com outras nojentas pra nos perturbar!
    Preciso falar algo mais??? rs

    Bjo, Chris

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  8. Oi, Chris!
    É mesmo?
    Então fica esperta, Luciana P.! =D

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  9. Ah, eu coloquei um link pro seu blog lá no meu, mas não deixei o endereço. agoramesmo.wordpress.com. Se quiser fazer uma visita será bem recebida! rs

    Beijo

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