domingo, 26 de setembro de 2010

O Caso dos Dotes Culinários

As habilidades domésticas minhas e do Maridinho são bem fracas. Minha mãe é prendadíssima (lava, cozinha e costura), mas nunca tive a menor vontade de aprender. Talvez porque ela não tivesse a menor paciência pra ensinar (e considerando que ela era professora universitária com dedicação exclusiva, eu até dou um desconto); talvez porque meu pai também trabalhava e não levantava uma palha em casa (e aí eu ficava no time dele, claro).

Antes de eu me casar, minha mãe me disse: "Coitado do Maridinho! Como é que você vai fazer? Você não sabe fazer nada em casa!" Ao que eu respondi, muito mau-humorada: "Eu sou uma intelectual, mãe! Eu vou trabalhar e pagar alguém pra fazer as tarefas do lar." (Na época o fato de eu delegar a rotina doméstica a salário de fome para outra mulher não me parecia um problema.) Observem que o fato do Maridinho também não saber "fazer nada em casa" não era em absoluto uma questão para minha mãe.

Casamos, arrumamos duas ótimas diaristas, uma depois da outra. (Tentei convencer as duas a terem carteira assinada, sem sucesso. De qualquer jeito, a gente pagava feriados, férias e décimo-terceiro informais, e a última recebia pagamento bem acima do acima do mercado.) De vez em quando precisávamos resolver ou consertar alguma coisa, e aí a gente olhava na internet ou terceirizava, isto é, contratava alguém pra fazer. E tudo funcionava lindamente.

Aí viemos pra Brasília. Alugamos um apartamento com cozinha americana. O Maridinho quis comprar um forno elétrico grande para substituir o pequetito que deixamos para trás. E o ambiente da cozinha é tão legal e prático, e os supermercados de Bsb têm tantas opções de ingredientes, que os dotes culinários antes desconhecidos despertaram.

Hoje fizemos nosso primeiro almoço: bifes de picanha ao forno e batatinhas com azeite e parmesão. Ficou uma delícia. Eu, que não tinha experiência alguma na cozinha, achei o máximo.

E o melhor: não precisamos ligar para mãe nenhuma. Catamos as receitas na internet, hohoho.

6 comentários:

  1. eu sempre chamo amigos pra fazer um jantar, aí vamos falamos o q temos vontade de comer, e como sempre sobre pra eu cozinhar, sempre vem alguém e perguta "vc sabe tal prato?" e eu respondo "mais ou menos, qualquer coisa o chef google ensina!" jah ta todo mundo acostumado a cozinhar com o computador na cozinha.
    =*

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  2. cozinhar quando a gente QUER é outra coisa :) (mas eu ainda não aprendi; colaboro com os drinks :)

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  3. Voce nao está sozinha! Nunca cozinhei em casa, mas quando fui para a Inglaterra nao tinha escolha. Meu primeiro arroz foi feito "via Embratel", com o celular na orelha, em Londres e mamae em Niterói, sem saber se gargalhava ou me dava instrucoes.

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  4. Eu também nao sou nem um pouco prendada... o pior foi que me casei e mudei pra Alemanha, ou seja, nao tenho mae, vó ou tia pra me dar uma ajudinha quando preciso.
    Casei sem saber cozinhar, mas fome também nao passava, nada que um hamburger, um ovo frito ou um miojo nao resolvesse. Meu marido é uma pior negacao que eu, vivia a mais de um ano sozinho antes de eu chegar e se alimentava de pizza pronta ou lasanha de microondas...
    Enfim, o que sei cozinhar, aprendi na internet também, tem uma comunidade super legal no orkut chamada "receitas fáceis" onde o pessoal te ensina a fazer qualquer coisa, foi a minha salvacao!
    Ainda nao sou boa cozinheira, nem nunca vou ser, mas a internet nao me deixou morrer de fome!!!

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  5. Yasmin,
    computador na cozinha, que boa idéia! Aqui tem uma bancada que vai funcionar perfeitamente pra isso.

    Sarah,
    você faz os drinks, o Maridinho cozinha, e eu bebo/como tudo!

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  6. Vicky,
    e a sua mãe não fez o discurso "mas eu te falei que você tinha de aprender, minha filha!" antes de passar a receita, não? Sortuda!

    Bárbara,
    "receitas fáceis"? Oba! É pra lá que eu vou!

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